Ações, Units e ETF's
Queda iminente dos juros dos EUA aquece venda de títulos na América Latina
Súbita atratividade da região já acumula emissões no montante de US$ 49 bilhões este ano
A sinalização recente do Federal Reserve – o bc dos EUA – de que pretende encerrar mais cedo o ciclo de aperto monetário, em razão do desaquecimento da inflação ianque, deu a largada para que a vendas internacionais de títulos da América Latina avançassem com celeridade.
A súbita atratividade dos mercados da região pode ser medida pelo levantamento, por parte de emissores dos setores públicos e privado, de um montante de US$ 49 bilhões, mediante a venda de títulos denominados em reservas e locais este ano, até o dia 13 de julho último, segundo dados divulgados pela agência de notícias Bloomberg. A cifra é apenas US$ 9 bilhões inferior aos US$ 58 bilhões computados em 2022.
Para todo o ano de 2023, a expectativa de banqueiros do Citigroup é de que as vendas internacionais de títulos latino-americanos contabilizem, ao menos, US$ 100 bilhões, enquanto que, para analistas do BNP Paribas, este montante não deve superar os US$ 60 bilhões.
Como os bancos centrais da região elevaram seus juros, antes que o Federal Reserve (bc ianque), esses também poderão cortar mais cedo seus respectivos juros. No caso dos EUA, traders preveem que o Fed ainda deverá aumentar em 0,25 ponto percentual os juros, elevando a taxa de referência para um intervalo entre 5,25% e 5,5%, ou 100 pontos-base superior ao estimado pelo mercado, em maio último, para o final deste ano.
Segundo a vice-presidente da equipe de mercados de capitais de dívida da América Latina do BNP, Anna Abadias “alguns soberanos ainda têm algumas necessidades de financiamento e podem procurar pré-financiar o orçamento do próximo ano, devido ao tom construtivo do mercado primário”, disse. O banco calcula que empresas e instituições financeiras de porte possam querer acessar o mercado “agora que as taxas devem permanecer mais altas por mais tempo”.
A expectativa de analistas é no sentido que novas e missões devem aportar ao mercado, neste segundo semestre, uma vez que o Tesouro Nacional poderia captar títulos com cupom de 6% e vencimento em 2033, como papel pioneiro em sustentabilidade do país.
Em outra iniciativa, o chileno Banco Internacional promoveu uma série de videoconferências, com o objetivo de viabilizar uma transação com um título de referência de cinco anos, denominado em dólar, ao passo que as petroleiras Petrobras (PETR3, PETR4) e Ecopetrol (Chile), foram contadas entre os emissores latino-americanos que precificaram transações denominadas em dólar no mês passado. Em comunicado divulgado em 3 de julho, a estatal brasileira anunciou ter levantado US$ 1,25 bilhão, mediante a venda de um título de dez anos, que correspondeu a uma demanda 3,4 vezes superior ao volume ofertado.
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