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Automobilística

Gasolina sem petróleo? Como essa solução pode salvar os motores a combustão

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Muito se fala hoje em carros elétricos e híbridos, mas existe uma outra novidade no mercado que é capaz de prolongar a vida e o funcionamento de motores a combustão. Estamos falando da gasolina sem petróleo.

Também conhecida como e-fuel ou gasolina sintética, ela já é produzida por empresas multinacionais, como a Porsche e será, em breve, opção de uso para abastecer carros da Fórmula 1.

A gasolina sem petróleo tem como matéria-prima o hidrogênio e o dióxido de carbono, que é um dos maiores poluentes e causadores do efeito estufa. Ou seja: ela não deixa de ser nociva ao meio ambiente, mas encerra a dependência do petróleo.

A exploração crescente, ao longo do tempo, tornou esse recurso natural algo finito, que tende a acabar e ficar cada vez mais caro. A indústria precisa encontrar soluções para garantir a continuidade, não só pelo prisma da questão ambiental, mas também pela sobrevivência de motores a combustão.

Sem necessidade de adaptação

Uma vantagem do e-fuel é que ele também é líquido, e isso permite o aproveitamento da estrutura de abastecimento que já existe hoje no mundo.

Outra aspecto é que ele pode ser fabricado em forma de diesel, e isso não implica ou exige alterações nos motores que recorrem à versão fóssil desses combustíveis.

Poluição: neutralização do carbono

Como já dito, assim como no caso da gasolina convencional, o e-fuel também emite poluentes. A diferença, nesse caso, talvez seja a capacidade dele de neutralizar o carbono resultante da queima, assim como faz o etanol.

Para esse processo acontecer, no entanto, a fabricação da gasolina sintética precisa utilizar fontes limpas e renováveis de energia, como hidrelétricas, solares e eólicas.

Investimento

Entre as grandes empresas, a Porsche já começou a produzir e-fuel em sua fábrica do Chile. A quantidade ainda é pequena, mas já indica a intenção da empresa em investir na solução.

O mesmo acontece na Alemanha, onde o governo e marcas como Audi e Bosch já começaram a explorar a tecnologia. O que emperra um avanço maior, nesse momento, é o fato de que a produção ainda é cara, em relação à gasolina convencional

O grande desafio do setor, caso deseje prosseguir nesse caminho, é descobrir formas de reduzir o custo de extração do hidrogênio necessário. Trata-se de um processo que exige grande quantidade de eletricidade, por exemplo.

E-fuel na Fórmula 1

Entre as empresas de Fórmula 1, já existe a intenção de adotar o e-fuel a partir de 2025. A alternativa surge como o caminho mais viável para que os carros de corrida não migrem, totalmente, para motores elétricos.

O novo regulamento de motores da competição deve manter a propulsão híbrida, que já é adotada hoje, mas contemplando o novo combustível e uma maior capacidade de eletrificação.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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