Global Worker: como trabalhar de qualquer lugar do mundo e ganhar bem

O trabalho remoto obrigatório, que ascendeu durante a pandemia da Covid-19, revolucionou o cenário global do emprego e criou possibilidades, eliminando, até mesmo, as fronteiras geográficas.

Hoje, existem, em escala muito maior do que antes da pandemia, dois grupos distintos de profissionais: os nômades digitais, que optaram por um estilo de vida sem local de trabalho fixo, e os Global Workers, que trabalham remotamente para empresas de outros países sem saírem de casa.

Entre 2020 e 2022, o Brasil vivenciou um crescimento notável desse tipo de carreira internacional, com um aumento de 491% no número de Global Workers. Há ainda um fator interessante a ser considerado: os altos salários, que podem chegar a R$ 29 mil, de acordo com uma pesquisa recente realizada pela fintech Husky.

Perfil dos Global Workers brasileiros

O levantamento traçou o perfil dos brasileiros que residem no Brasil, mas que trabalham para empresas do exterior. Ao todo, 1.629 pessoas foram entrevistadas.

Os dados revelaram que quase 95% possuem formação superior, com destaque principal para as áreas de Exatas e Tecnologia (75,7%). Além disso, a maioria pertence às gerações Millennial e Z, apresentando uma idade média de 31 anos.

A maior parte dos entrevistados trabalha para empresas de outros países no setor de tecnologia, atuando como desenvolvedores de software.

Estilo de vida

Uma coisa que chama a atenção na pesquisa é o fato de que 77,7% dos Global Workers brasileiros não se consideram nômades digitais e têm residência fixa. A maioria deles reside no Brasil e tem preferência por cidades menores em vez das grandes capitais.

Os elementos por trás dessa escolha, basicamente, são: proximidade com a família e amigos e valorização do salário quando convertido para o real.

Entre os países que mais contratam brasileiros, estão: Portugal (38,7%), Espanha (16,1%), Canadá (16,1%) e Itália (6,5%). Isso, no entanto, não impede que o inglês seja a língua principal entre os trabalhadores. Devido à variedade de nacionalidades na equipe, o inglês acaba sendo o ponto em comum.

Remuneração

Em relação ao salário, os Global Workers costumam receber em moedas estrangeiras, com predominância do dólar americano. O que chama a atenção entre esses trabalhadores é a renda média elevada, que chega a R$ 29.208.

Não à toa, a maior parte deles investe no mercado financeiro, principalmente em renda fixa (68,8%) e variável (48,1%).