Drex: quais as vantagens para o Brasil da criação dessa nova moeda digital?

O tópico dominante no cenário financeiro atual é o Drex, projeto do Real Digital desenvolvido pelo Banco Central do Brasil. Esse novo empreendimento suscita uma série de dúvidas, especulações e expectativas, à medida que as pessoas buscam compreender como ele afetará suas vidas.

Estamos diante de uma iniciativa que promete promover uma transformação significativa no mercado financeiro brasileiro, apresentando características notáveis, como a programabilidade, que permite a conversão de ativos virtuais e reais em tokens.

Dinheiro programável

O dinheiro programável, introduzido pelo Drex, vai além do simples agendamento de pagamento de contas, algo que já é permitido por alguns bancos atualmente. Ele oferece a garantia de que o valor será direcionado com precisão, como nos casos de benefícios sociais, nos quais o uso dos recursos deve ser específico.

Além disso, ele permite a criação de créditos digitais com prazos definidos para utilização, antes que expirem. Essa inovação promete trazer maior controle e eficiência na gestão de recursos financeiros no Brasil.

Expectativas sobre o lançamento do Drex

O Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou na última segunda-feira, dia 9, que o lançamento do Drex, a versão digital da moeda brasileira, promete trazer uma série de benefícios significativos para a economia do país. Entre esses benefícios, ele antecipa uma redução nos custos associados às transações comerciais no Brasil.

Campos Neto abordou esse tópico durante sua participação no XXXIII Encontro de Lisboa, onde os líderes dos bancos centrais dos países lusófonos se reuniram. Na perspectiva do presidente do Banco Central, a introdução de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) tem o potencial de minimizar obstáculos e reduzir os custos associados a registros e contratos.

Campos Neto esclareceu que o Drex possui um formato distinto em comparação com outras moedas digitais. O objetivo é assegurar que os bancos continuem a desempenhar um papel vital na economia. Isso reflete a preocupação em não eliminar a intermediação das instituições financeiras no processo.

Como o Drex funcionará?

Fábio Araujo, coordenador do projeto Drex do Banco Central, esclareceu que as moedas digitais terão um impacto significativo, especialmente em negociações envolvendo moedas que não são amplamente aceitas internacionalmente, como o Real.

Ele destacou que já existem negociações diretas no comércio com a China, principal parceiro comercial do Brasil, bem como com a Argentina, nas quais as moedas locais são usadas, sem a intermediação do dólar.

No entanto, Araújo explicou que, em transações entre países com moedas menos reconhecidas internacionalmente, há diferenças de preços entre as plataformas, o que complica as operações comerciais. Isso muitas vezes resulta no uso do dólar, tornando as operações mais caras.

Ele descreveu a situação atual dos mercados como segmentada, com preços diferentes em diversas plataformas, o que dificulta a formação de preços. Com a implementação das moedas digitais, como o Drex, a tecnologia envolvida facilitará a coexistência de moedas em uma única plataforma, permitindo uma melhor “formação de preços” entre as moedas que atualmente não possuem grande liquidez internacional.

Isso significa que não será necessário utilizar uma terceira moeda, como o dólar, tornando as operações mais acessíveis. Araújo destacou que as pessoas estão negociando e estabelecendo preços em diversos mercados. No ambiente DLT (tecnologia de registro distribuído), é possível conectar naturalmente esses diferentes mercados, a fim de buscar um preço comum, eliminando as discrepâncias.