Economia
Aço chinês em queda: como isso afeta o Brasil? Descubra agora
Exportação de aço cresce no país asiático e isso afeta a indústria nacional.
Segundo dados recentes, o volume de importações brasileiras de aço chinês cresceu 50% neste ano de 2023, e as previsões estimam que esse percentual deve subir ainda mais, em 20% para 2024. Essas informações são do IABr (Instituto Aço Brasil), que alerta para possíveis problemas caso o governo não adote medidas para proteger a indústria nacional.
Se nada for feito, veremos uma verdadeira “invasão” de metal estrangeiro, e grandes nomes do setor, como Usiminas, Gerdau, CSN, Aperam e ArcelorMittal, já estão pressionando as autoridades para que seja implementada uma alíquota de importação de 25%. Isso contribuiria para encarecer o produto estrangeiro e estimularia o mercado interno.
A ArcelorMittal estendeu paradas técnicas em suas unidades localizadas em Resende (RJ), Juiz de Fora (MG) e Piracicaba (SP) até o final deste ano. Esses procedimentos, inclusive, já ocorrem desde novembro.
De maneira semelhante, Marcelo Chacra, o atual presidente da Usiminas, anunciou que o alto-forno 1, situado em Ipatinga, será desligado até o começo de 2024, caso a demanda e a produção não se reequilibrem. Mas por que será que o aço chinês é tão barato? Vamos descobrir!
Por que isso está acontecendo?
Existem várias razões que tornam o metal produzido na China bem mais barato e acessível do que os insumos semelhantes fabricados no Brasil. A primeira delas deve-se a uma desaceleração na economia chinesa, o que estimula as empresas do país a aumentarem suas exportações a fim de cobrir déficits de caixa.
Em seguida, o governo local fornece incentivos às companhias, que por conta disso são capazes de oferecer seus itens a preços melhores para os compradores estrangeiros. Vale lembrar que é o poder público quem controla esse tipo de atividade por lá.
“A China está subsidiando enormemente a entrada desse aço, que está chegando aqui às vezes até com preço abaixo do custo de produção. Isso prejudica bastante o setor de siderurgia, que é bem representativo e emprega muitas pessoas”, confirma Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research.
Outro fator interessante deve-se à crise que assola a nação desde a pandemia da covid-19. Uma vez que o mercado imobiliário era um grande consumidor do aço chinês, a subsequente diminuição de pedidos fez com que os produtores tivessem que procurar novos clientes fora das fronteiras locais.
Por fim, existe também a questão ambiental. Na China, não há tantos cuidados ou legislações que vetem extrações naturais. Ou seja, lá eles utilizam minério, enquanto uma boa parte da produção brasileira provém de aço reciclado ou com purezas menores.
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