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Agronegócio

Chocolate no caminho para se tornar um artigo de luxo, assim como o azeite

Este doce tão comum pode estar com os dias contados nas prateleiras dos grandes mercados.

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As mudanças no clima do planeta, ocasionadas pelo aquecimento global, são motivo de preocupação por parte das autoridades mundiais. Tais fenômenos causam diversos prejuízos, não só à vida humana, como também à fauna e à flora de diversos países.

Infelizmente, isso acaba afetando alguns bens de consumo aos quais já estamos acostumados, como, por exemplo, o azeite de oliva. Com as recentes secas prolongadas ao longo das terras banhadas pelo Mar Mediterrâneo, o cultivo das oliveiras tem sido prejudicado e isso está elevando o preço dos produtos derivados.

Logo, o cacau também corre perigo, lembrando que estamos falando da matéria-prima do chocolate. A costa oeste do continente africano está sendo grandemente afetada por alterações no tempo e a região é simplesmente o berço da produção mundial do fruto (Gana e Costa do Marfim).

O chocolate pode encarecer mais?

A principal consequência dos eventos citados anteriormente é um inflacionamento progressivo do preço do cacau, há pelo menos um ano. Essas altas estão acontecendo sucessivamente e alguns recordes já foram registrados nas bolsas de Londres e Nova York, duas referências para o mercado mundial.

Somente na última semana, as cifras dos contratos para a entrega do produto em março se mostraram 5% mais onerosas, mesmo com os anúncios de uma moagem maior do que a esperada no quarto trimestre do ano passado (2023).

Consequentemente, a quantidade da fruta processada na América do Norte diminuiu 2,95% em comparação com a mesma janela de tempo em 2022. Antes dessas informações serem divulgadas publicamente, esperava-se que o mercado declinasse em até 10%.

Seguidamente, nos continentes europeu e asiático também foram registradas quedas referentes ao quarto trimestre e os revendedores alegam que a indústria está se apoiando em uma perspectiva de um terceiro déficit global seguido na temporada 2023/2024, iniciada em outubro e seguindo até o término da safra africana (setembro).

Em março, o contrato do insumo aumentou em 2,8% em Nova York, passando para 4.583 dólares a tonelada, conforme o encerramento da bolsa na semana passada, tendo atingido uma máxima em 46 anos, ostentando o valor de 4.607 dólares. Enquanto isso, os estoques do planeta vão sendo reduzidos e isso torna a precificação ainda mais volátil.

No Brasil, as empresas do ramo estão fazendo as caixas de bombom menores para tentar fidelizar o público e não repassar tantos aumentos. Em 2023, o processamento do cacau chegou a 253 mil toneladas em território nacional, um aumento de 12% se compararmos a 2022, segundo o grupo industrial AIPC.

Por fim, é normal que os valores subam quando há muita demanda, como ocorre em ocasiões festivas como a Páscoa, onde há uma maior procura pelos doces. Porém, os especialistas atribuem a valorização do produto nos últimos 15 meses a um crescimento de demanda devido ao pós-pandemia, em especial na China.

Bruna Machado, responsável pelas publicações produzidas pela empresa Trezeme Digital. Na Trezeme Digital, entendemos a importância de uma comunicação eficaz. Sabemos que cada palavra importa e, por isso, nos esforçamos para oferecer conteúdo que seja relevante, envolvente e personalizado para atender às suas necessidades. Contato: bruna.trezeme@gmail.com

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