Economia
A história por trás da descida do Japão das três maiores economias do mundo
Nação oriental já foi considerada um exemplo de boa gestão econômica, mas agora encontra-se em crise.
O PIB (Produto Interno Bruto) do Japão teve um recuo de 0,4% no percentual anualizado no quarto trimestre do ano passado (2023). Essa informação foi confirmada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), fazendo com que o país perdesse a posição de terceira maior economia para a Alemanha, que também está com alguns problemas.
Tal cenário é inacreditável para muitos, ainda mais porque a “terra do sol nascente” havia brevemente superado os EUA como o maior PIB global, sendo superada pela China no ano de 2010 e agora deixando de vez a listagem que contempla as três maiores economias globais.
Entretanto, ainda existe a perspectiva de a situação piorar, pois há muitos fatores indicando que os indianos podem brevemente ocupar o quarto lugar em 2026, relegando o Japão a uma posição ainda mais baixa, conforme a fonte já citada anteriormente. Mas afinal, como isso pode acontecer? Hoje, vamos descobrir mais!
Quais são as origens dos problemas japoneses com o PIB?
O problema do PIB japonês tem diversas causas, e o tema é motivo de debate entre uma ampla gama de economistas. Assim, fatores como o consumo familiar, a formação bruta do capital fixo e o indicador de investimentos econômicos, infelizmente, perderam força.
Seguidamente, a indústria nacional foi obrigada a reestruturar-se e houve perdas na exportação de itens de consumo. Para controlar isso, o governo local implementou políticas fiscais a fim de estimular a economia, mas o crescimento não pôde ser sustentado por muito tempo.
“A partir da década de 1990, a economia japonesa entra em recessão e desde então não consegue sair. A crise imobiliária acontece e desde então o país tem uma taxa de crescimento muito baixa. O Japão não consegue manter o dinamismo”, afirma Luiz Carlos Prado, professor do Instituto de Economia da UFRJ e especialista em economia internacional.
Consequentemente, enquanto ocorria esse encolhimento, outras nações do sudeste asiático começaram a ganhar protagonismo econômico global. No mesmo período, a China, grande rival histórica do país, realizou reformas que fizeram com que ela alcançasse o posto de segunda maior economia mundial em 2010.
A demografia nipônica também se revelou como um obstáculo bastante difícil de ser superado, uma vez que a população está cada vez mais velha e os jovens estão tendo menos filhos, em parte devido aos custos altos de sustentar uma família, além das barreiras culturais locais.
“A economia japonesa está envelhecida, não há em pauta nenhum grande mecanismo de investimento. Provavelmente, o que você vai ter é uma perda de posição”, diz Prado.
De modo a tentar conter os efeitos da crise e estimular o desenvolvimento nacional, desde o ano de 2013 o Banco Central vem apostando em iniciativas de flexibilização financeira, mantendo os juros baixos. Entretanto, a consequência disso foi uma desvalorização da moeda local (iene), o que explicaria a saída dos japoneses do ranking.
“A Alemanha está numa situação difícil tal como o Japão. Ela lida hoje com os efeitos da guerra da Ucrânia e com a crise energética. Portanto, ela não supera o Japão pelo seu bom desempenho. O que acontece nessa circunstância é a posição das moedas, que é o preço de mercado. A taxa de juro hoje é muito baixa e isso desvalorizou muito o iene”, explica o professor da UFRJ.
O iene japonês sofreu uma queda brusca para 150,89 por dólar no dia 14/02 (quarta-feira), e esse movimento trouxe inúmeras complicações para a autarquia fiscal do país, o BOJ, que discute sobre a melhor hora de abandonar a política de taxas de juros negativas.
“É realmente difícil aferir (o que vai acontecer). Mas a economia japonesa está passando por uma situação difícil. Enquanto China, Índia e Rússia crescem de maneira acelerada, EUA, Japão e Europa estão crescendo menos”, conclui Prado.
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