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BC cogita subir juros, mas governo é contra

Instituição é uma autarquia.

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A recente alta do dólar e o aumento dos gastos públicos têm sido preocupações centrais para o Banco Central do Brasil (BC), influenciando a política monetária do país. O BC destacou que o cenário atual, marcado por projeções inflacionárias mais altas e maiores riscos, é desafiador. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 10,5% ao ano pela segunda vez consecutiva, após um ciclo de sete reduções de agosto de 2023 a maio de 2024.

O BC está preparado para ajustar a taxa de juros conforme necessário para assegurar que a inflação converja para a meta estabelecida. A instituição enfatizou a necessidade de uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco dos ativos financeiros.

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,21% em junho, acumulando 4,23% em 12 meses, acima da meta de 3% para 2024 estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As expectativas de inflação para 2024 e 2025 estão em torno de 4,1% e 4%, respectivamente. No horizonte relevante até o primeiro trimestre de 2026, a projeção de inflação ainda está acima da meta, embora em processo de desinflação.

Selic

A taxa Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação, e suas variações influenciam o custo do crédito, a produção e o consumo. Desde março de 2021, a Selic passou por ciclos de aumento e redução, atualmente estabilizada em 10,5%.

O cenário internacional também afeta a política monetária brasileira. A alta do dólar, que acumulou um aumento de 15,15% no primeiro semestre de 2024, impacta os preços domésticos e a dívida externa. A volatilidade do mercado global e as altas taxas de juros em economias avançadas contribuem para a fuga de recursos de países emergentes como o Brasil.

Alckmin

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, argumentou que a alta taxa de juro real do Brasil não se justifica diante dos fundamentos econômicos sólidos, como reservas cambiais robustas, segurança jurídica e um mercado consumidor significativo. Ele destacou a importância do ajuste fiscal e o compromisso do governo com a sustentabilidade da dívida, esperando uma futura redução nas taxas de juros norte-americanas e brasileiras.

Além disso, Alckmin ressaltou a importância da indústria do aço e o papel das Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCD) em baratear o custo do crédito para as indústrias, bem como os investimentos previstos no Programa Mover para descarbonização da indústria.

A condução da política monetária brasileira continuará focada em responder aos condicionantes da inflação e às dinâmicas do cenário internacional, visando garantir a estabilidade econômica e a convergência da inflação para a meta.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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