Raízen é multada nos EUA por práticas irregulares

A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) dos Estados Unidos anunciou que multou as empresas Raízen Energia SA, do Brasil, e Raízen Trading SA, da Suíça, em US$ 750 mil por envolvimento em vendas fictícias e transações não competitivas no mercado de futuros de açúcar.

De acordo com o Estadão, as empresas admitiram as acusações e foram ordenadas a cessar essas práticas, de acordo com a Lei de Câmbio de Commodities dos EUA e as regras da comissão. Entre março e setembro de 2022, as empresas realizaram 44 operações conhecidas como Exchange for Physical (EFP), que envolvem a troca simultânea de uma posição futura por uma posição em dinheiro equivalente.

Vale lembrar que no primeiro trimestre da safra 2024/25, a Raízen, maior produtora mundial de etanol e açúcar de cana, aumentou em 15,3% a moagem de cana-de-açúcar em relação ao mesmo período do ciclo anterior, totalizando 30,9 milhões de toneladas.

Raízen

Segundo a empresa, o avanço na moagem se deveu ao início antecipado da colheita, favorecido por condições climáticas propícias e pela melhoria da qualidade dos canaviais. “Com uma moagem recorde no primeiro trimestre da safra, avançamos na produção de açúcar, etanol e energia”, afirmou a Raízen.

Apesar do forte início da moagem na safra 2024/25 pela indústria de etanol e açúcar do centro-sul, espera-se que a oferta de cana na região seja menor em comparação ao recorde da temporada anterior.

A produção de açúcar alcançou 1,85 milhão de toneladas, um aumento de 12,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a produção de etanol de primeira geração cresceu 17,4%, chegando a 1,1 bilhão de litros.

Produção

A empresa destinou metade da cana para a produção de açúcar e a outra metade para etanol, enquanto no mesmo período da safra anterior o mix era mais voltado para o açúcar, com 52%, apesar de uma queda de 0,9% na produtividade agrícola (tonelada de ATR/hectare).

As vendas de etanol somaram 1,27 bilhão de litros, um aumento de 18,6% em relação ao ano anterior, embora o preço médio tenha caído 12,7% em comparação ao mesmo período da temporada passada. No entanto, houve um aumento de 14,8% na cotação em relação ao trimestre anterior. Mesmo com o aumento nas vendas, a companhia terminou o período com estoques de etanol 26% maiores em relação ao ano anterior, totalizando 922 milhões de litros.

As vendas de açúcar cresceram 26,1%, alcançando 2,4 milhões de toneladas no primeiro trimestre da safra, apesar de uma queda de 4,6% no preço em comparação ao mesmo período do ciclo anterior. Os estoques de açúcar também aumentaram 55%, atingindo 1,66 milhão de toneladas, refletindo uma moagem e produção mais intensas.

Vendas

A Raízen afirmou que as vendas de seu volume próprio estão alinhadas à estratégia de comercialização e embarques ao longo dos próximos trimestres, o que garante a evolução do Ebitda.

Na divisão de distribuição de combustíveis, a Raízen reportou um volume de vendas praticamente estável (-0,4%), totalizando 8,5 bilhões de litros. O custo dos produtos vendidos aumentou 17,9%, alcançando R$ 45,5 bilhões, enquanto a receita operacional líquida subiu 18,9%, chegando a R$ 47,7 bilhões.

A companhia registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 6,9 milhões, contrastando com um lucro líquido de aproximadamente R$ 1 bilhão, impulsionado pelo reconhecimento de um crédito tributário de R$ 1,8 bilhão, referente à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins.