BMW registra lucro no 3° tri mas alerta sobre riscos de pandemia

A BMW teve alta de quase 10% no lucro do terceiro trimestre devido à demanda chinesa por carros de luxo, mas a montadora alemã alertou para um “considerável” risco para seus negócios vindo da segunda onda de casos de coronavírus na Europa e nos Estados Unidos.

A companhia bateu um novo recorde de vendas no trimestre com o impulso das vendas de modelos de luxo como 8 series e o X7, mas seus temores ligaram o sinal de alerta para investidores nesta quarta-feira.

“Depois de uma fase mais estável no ambiente econômico no terceiro trimestre, a pandemia está claramente recuperando a força. Se a pandemia assumir um curso ainda mais grave e a economia global sofrer uma desaceleração perceptível, a exposição ao risco pode ser considerável, especialmente do lado da demanda”, afirmou a BMW.

Após abrirem em queda, as ações da BMW mostravam ligeira alta no final desta manhã.

De julho a setembro, o lucro antes de impostos da BMW avançou 9,6% para 2,46 bilhões de euros, sustentando pelo avanço de 8,6% nas entregas.

A margem do Ebit (lucro antes de juros e impostos) também se recuperou, indo de 10,4% negativos no segundo trimestre para para 6,7% no período. No terceiro trimestre de 2019, o número era de 6,6%.

As vendas das marcas BMW e Mini cresceram 8,6% no terceiro trimestre, especialmente com o impulso da alta de 31% na China, que ajudou a compensar um recuo de 15,7% na demanda nos Estados Unidos, onde a pandemia derrubou as vendas.

A gradativa relevância da China fez com que a BMW desistisse da estratégia de buscar “vendas equilibradas em todos os continentes”.

“Não gostamos de nos referir a isso como uma dependência (da China). O que está acontecendo é um ajuste natural”, disse em teleconferência a jornalistas o presidente-executivo da empresa, Oliver Zips.

Cerca de 34% de todas as entregas de carros novos do BMW Group no terceiro trimestre foram feiras à China, enquanto o segundo lugar ficou com a Alemanha (13%) e o terceiro com os EUA (12%).