Brasil enfrentará queda populacional até 2070, aponta IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em agosto projeções preocupantes sobre a população brasileira até 2070.

Os dados apontam uma queda expressiva no número de habitantes em diversos estados, destacando Rio Grande do Sul, Alagoas e Rio de Janeiro. Tais mudanças demográficas envolvem o envelhecimento da população e a redução da taxa de natalidade.

A expectativa é de que o Brasil, com 212,6 milhões de habitantes em 2024, conte com apenas 199,2 milhões em 2070, uma redução de 6,3%.

Declínio populacional acentuado

O Rio Grande do Sul deve enfrentar a maior queda populacional do país, com um recuo de 18,9% até 2070 em comparação a 2024.

O Rio de Janeiro também verá uma diminuição significativa, com uma redução de 38,4% nos nascimentos.

Segundo a demógrafa Izabel Marri, do IBGE, estados com população mais envelhecida terão maiores taxas de óbitos e menor número de mulheres em idade reprodutiva. Essa tendência contribui diretamente para a diminuição populacional.

A influência da migração interna

A migração interna será um fator crucial na dinâmica populacional dos estados. Em Alagoas, por exemplo, a população deve diminuir devido à migração para outras regiões. O estado também espera uma queda de 55,7% nos nascimentos até 2070.

Tal movimento interno pode, paradoxalmente, beneficiar outras regiões que recebem esses migrantes, contribuindo para o crescimento populacional em estados mais atrativos economicamente.

Estados com aumento populacional

Embora alguns estados enfrentem declínio, outros, como Roraima, Mato Grosso e Santa Catarina, devem ver crescimento populacional.

Em Roraima, a migração internacional, principalmente de venezuelanos, impulsionará o aumento de pessoas.

Já Mato Grosso e Santa Catarina serão favorecidos pela migração interna, atraindo novos moradores devido ao agronegócio e à economia diversificada, que oferecem maiores oportunidades de emprego.

Impactos econômicos

O envelhecimento populacional e a redução da força de trabalho trarão desafios significativos para a economia brasileira. A Previdência Social enfrentará pressões financeiras devido ao aumento da expectativa de vida e à menor população economicamente ativa.

Por outro lado, tal transformação pode abrir oportunidades para aumentar a produtividade e ampliar a participação de mulheres no mercado de trabalho, aliviando parte dos impactos negativos.