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Mercado Livre e Totvs querem a Linx; Genial analisa

Companhia foi adquirida pela Stone em 2020.

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Linx

A Stone está colocando à venda a Linx, empresa adquirida em 2020 por R$ 6,7 bilhões, em um processo competitivo que também envolve a TOTVS. A informação é pública e consta de relatório de gestoras, como a Genial Investimentos, para quem, desde a compra, a Stone enfrentou diversos desafios na integração da Linx e, após quatro anos, iniciou a venda da subsidiária. “O Mercado Livre demonstrou interesse na aquisição. Embora a TOTVS não esteja ativamente envolvida no processo, acreditamos que ela possa ter interesse, como ocorreu em 2020”, destaca.

A Linx é uma empresa de tecnologia especializada no desenvolvimento de soluções de software para o varejo. Oferecendo produtos que vão desde sistemas de gestão até soluções de pagamentos, a Linx visa otimizar operações, melhorar a experiência do cliente e aumentar a eficiência dos processos no setor varejista. Além disso, a empresa também fornece serviços de consultoria e suporte técnico.

“Cerca de 20 potenciais compradores assinaram NDAs para avaliar a Linx, incluindo players estratégicos e fundos de private equity. As propostas não vinculantes devem ser enviadas até o final de outubro. A Stone espera vender a Linx por um múltiplo de 15x EBITDA, com uma expectativa de que a empresa alcance um EBITDA de cerca de R$ 300 milhões, comparado a R$ 244 milhões em 2023”, escreve a Genial.

A aquisição da Linx pela TOTVS faz sentido, considerando o perfil de verticalização da empresa e as sinergias entre os dois modelos de negócio. A TOTVS tem um histórico de aquisições bem-sucedidas, adquirindo diversas empresas complementares, como módulos de RH e Finanças. “A potencial compra da Linx poderia gerar sinergias significativas, com uma estimativa de economia anual de R$ 60 milhões e um aumento na receita de cerca de R$ 160 milhões por ano. A complementaridade entre as bases de clientes e os produtos da TOTVS e da Linx também é um ponto positivo”, frisa.

No entanto, alguns obstáculos podem dificultar a transação. A TOTVS tem um histórico de aquisições menores, e a compra da Linx representaria cerca de 25% de seu valor de mercado, um movimento mais agressivo e fora do padrão histórico da empresa. Além disso, o múltiplo de 15x EV/EBITDA solicitado pela Stone é superior ao múltiplo histórico da TOTVS (12,2x) e ao projetado para 2024 (14,3x), o que pode tornar a aquisição financeiramente desafiadora.

Mercado Livre e Totvs

A Linx foi adquirida pela Stone com a expectativa de sinergias significativas, especialmente em cross-sell de produtos. No entanto, apenas quatro das doze verticais da Linx foram escolhidas para esse fim, enquanto as demais continuaram operando de forma independente. Isso levou a Stone a considerar a venda da Linx.

“Embora existam diferenças entre os modelos de negócios da Stone e do Mercado Livre, há um interesse do Mercado Livre em fortalecer seu segmento Mercado Pago por meio de aquisições. No entanto, a falta de um histórico robusto de aquisições pode tornar a integração da Linx mais complexa para o Mercado Livre”, afirma.

A aquisição da Linx não seria apenas uma estratégia para explorar sinergias, mas também uma oportunidade para entrar no mercado de ERP, especialmente após o recente lançamento de um ERP para PMEs. Contudo, a relevância dessa movimentação é questionável, dada a desconexão com os principais negócios do Mercado Livre.

“Analisar se um múltiplo de 15x EV/EBITDA para 2024 é caro ou barato é complicado sem informações mais detalhadas sobre a Linx. No entanto, comparando os múltiplos da Linx com os da TOTVS, observamos que a Linx está avaliada a múltiplos mais altos. Ao longo dos últimos cinco anos, a Linx parece estar cerca de 20% acima do histórico da TOTVS. Em contraste, ao comparar com peers globais, a Linx parece estar mais barata, embora essa análise seja complexa devido ao risco-Brasil e ao tamanho do mercado”, aponta.

E conclui: “embora a Linx possa parecer cara, formar um juízo definitivo é difícil sem acesso a números atualizados. A Linx teve melhorias nos resultados desde a aquisição, mas a falta de informações detalhadas dificulta uma análise mais precisa.”

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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