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Economia

Governo avança em planos de rastreabilidade do Gado

A afirmação é do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

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O governo brasileiro está implementando um ambicioso projeto de rastreamento de gado em fazendas, que permitirá aos frigoríficos verificar a origem do rebanho em toda a cadeia de fornecimento. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que a plataforma, desenvolvida em parceria com empresas privadas, deverá estar operacional até 2027. A declaração foi feita durante um evento promovido pela Bloomberg.

A iniciativa surge em um contexto de crescente pressão internacional por medidas de redução do desmatamento, uma vez que a produção de carne bovina no Brasil é frequentemente associada à degradação da Amazônia. A União Europeia, por exemplo, aprovou uma lei antidesmatamento que proíbe a importação de produtos originados de áreas desmatadas, tanto de forma legal quanto ilegal. Embora a nova legislação, que deveria entrar em vigor em janeiro de 2025, tenha sido adiada por um ano, o ministro ressalta que a plataforma brasileira não estará pronta antes da implementação das novas regras.

Embora grandes empresas do setor, como JBS, Marfrig e Minerva, já tenham avançado no monitoramento de seus fornecedores diretos, o programa apoiado pelo governo promete um rastreamento mais abrangente, incluindo fornecedores indiretos. “Não estamos fugindo da nossa responsabilidade. É legítimo que as pessoas queiram saber a origem e como o animal abatido foi criado para o consumidor comprar, e aqui temos um plano”, afirmou Fávaro, em entrevista durante o evento Bloomberg New Economy no B20, em São Paulo.

Rastreabilidade do Gado

De acordo com o ministro, a meta é que toda a carne bovina brasileira seja completamente rastreável até 2032, à medida que a plataforma for aprimorada. Esse sistema de rastreamento poderia solucionar anos de tentativas frustradas para garantir a rastreabilidade total. Historicamente, os pecuaristas se opuseram à divulgação de dados detalhados sobre o trânsito dos animais, alegando preocupações com a privacidade.

No entanto, algumas grandes exportadoras estão adotando suas próprias tecnologias de monitoramento, como a JBS, que utiliza tecnologia blockchain para rastrear o rebanho. O sistema da JBS já cobre mais de 73% de seus fornecedores e visa alcançar 100% de rastreabilidade da carne exportada para o mercado europeu.

Fávaro expressou confiança de que a União Europeia revisará alguns dos termos da lei antidesmatamento e que o Brasil será ouvido nas discussões. “O problema com essa legislação é que ela foi redigida de maneira arbitrária e unilateral, violando a soberania do Brasil e de outros países. Isso é inaceitável”, comentou.

(Com Agências).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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