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Saúde

Dengue avança no Brasil com a volta do sorotipo 3 e eleva risco de casos graves

Brasil ultrapassou 6 milhões de casos de dengue em 2024, impulsionado pela volta do sorotipo 3. Saiba os desafios no combate à doença.

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Em 2024, o Brasil registrou mais de 6 milhões de casos de dengue, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde no último boletim epidemiológico do ano. O cenário foi agravado pela reemergência do sorotipo 3, que não apresentava alta circulação no país há anos.

A volta desse sorotipo expõe a população que já teve contato com outros tipos do vírus a um maior risco de complicações graves, incluindo a dengue hemorrágica.

Além do aumento expressivo nas infecções, o Ministério também relatou um crescimento significativo no número de óbitos, sobretudo entre idosos e pessoas com comorbidades, reforçando a urgência de medidas eficazes para conter a propagação do vírus.

Controle do mosquito avança, mas desafios permanecem

Dengue
O Aedes aegypti transmite a dengue ao picar pessoas infectadas e espalhar o vírus para novos hospedeiros. (Foto: witsawat sananrum/Getty Images)

A eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti continua sendo a principal estratégia de controle da dengue no Brasil. Durante o ano passado, o governo expandiu o uso de tecnologias, como drones, para identificar focos em áreas de difícil acesso, especialmente em locais urbanos densos. Essas tecnologias complementam o trabalho dos agentes de saúde, responsáveis por conscientizar a população e eliminar os criadouros manualmente.

Outro avanço importante foi a ampliação do projeto Wolbachia, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz. O método utiliza a bactéria para reduzir a capacidade de transmissão do vírus pelo mosquito. Segundo a Fiocruz, cidades como Niterói (RJ) e Campo Grande (MS) registraram resultados positivos com a iniciativa, que agora está sendo expandida para 45 municípios e deve beneficiar cerca de 12 milhões de brasileiros.

Apesar dessas iniciativas, os números mostram que o combate ao mosquito ainda enfrenta obstáculos. São Paulo, por exemplo, registrou um aumento de 51% nos casos em 2024, evidenciando a necessidade de maior envolvimento da população na eliminação de criadouros domésticos, além de ações governamentais mais robustas.

Vacinação contra a dengue enfrenta limitações

A vacinação contra a dengue no Brasil é um avanço, mas ainda enfrenta barreiras de alcance. Em 2025, o Ministério da Saúde adquiriu 9,5 milhões de doses da vacina Qdenga, desenvolvida no Japão; contudo, essa quantidade será suficiente para imunizar apenas cerca de 4,25 milhões de brasileiros, segundo uma matéria do site O Antagonista.

Além disso, o Instituto Butantan avança no desenvolvimento de uma vacina nacional, em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. A previsão é que o imunizante, que promete ser administrado em dose única, esteja disponível apenas em 2026.

Até lá, os esforços de vacinação continuarão focados nos grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com condições de saúde preexistentes.

*Com informações de O Antagonista.

Estudante de jornalismo, no segundo semestre. Trabalhei como redator na Velvet durante três anos.

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