Agronegócio
Quem não comeu não come mais: 5 frutas que já foram extintas (ou estão quase)
Frutas extintas refletem a fragilidade do ecossistema e a necessidade de conservação.
A extinção de frutas não é meramente uma questão de paladar, mas um reflexo alarmante sobre a saúde do nosso planeta. Elas desaparecem de modo silencioso e levam consigo não só sabores outrora apreciados, mas também a diversidade genética crucial para o equilíbrio ecológico.
Nos últimos séculos, várias frutas deliciosas deixaram de existir, resultado de práticas agrícolas predatórias e ignorância quanto à sua conservação.
A seguir, analisamos quatro dessas frutas e as razões por trás de seu desaparecimento.
1. Ameixa Murray: um arbusto desaparecido
A Prunus murrayana, popularmente conhecida como ameixa Murray, foi identificada pela primeira vez em algumas áreas do Texas, EUA, em 1928. Desde então, este arbusto espinhoso, com características folhas peludas e flores brancas que se transformam em ameixas vermelhas pontilhadas, tornou-se um enigma para botânicos e conservacionistas.
Com seu habitat restrito à região texana, a ameixa Murray é um exemplo de planta que desapareceu dos registros naturais sem explicações. Apesar de estar listada em grave risco de extinção, a falta de evidências recentes de sua existência levou-a a ser considerada já inexistente.
2. Banana de Madagascar: resistência ameaçada
Banana de Madagascar – Imagem: reprodução/Raksapon/Shutterstock
A Banana de Madagascar, cientificamente conhecida como Ensete perrieri, é uma espécie rara encontrada exclusivamente no oeste de Madagascar. A fruta, atualmente classificada como criticamente ameaçada, enfrenta desafios significativos devido ao desmatamento e às mudanças climáticas.
Além disso, tal espécie oferece uma possível solução para uma das maiores ameaças ao comércio de bananas, a temida doença do Panamá.
Esse problema botânico já devastou a variedade popular Gros Michel e atualmente ameaça a banana Cavendish, que domina o mercado internacional. Por isso, o estudo e a conservação da Banana de Madagascar podem ser cruciais para o futuro da indústria bananeira.
A bananeira de Madagascar é uma árvore herbácea que pode atingir de 5 a 6 metros de altura. Seu tronco é notável por ser inchado na base, com um tubérculo que mede cerca de 2,5 metros de circunferência. Durante a estação seca, a planta perde suas folhas e deixa apenas um pseudocaule formado pelas bainhas das folhas.
As raízes da bananeira são brancas, cilíndricas e grossas, o que proporciona uma base estável. O caule é envolto por bainhas de folhas persistentes, criando assim a aparência de um tronco robusto. No colarinho, a circunferência média é de 2 metros, mas aumenta para 2,5 metros um pouco acima.
3. Goiaba Jamaicana: fruta some silenciosamente
A extinção da Goiaba Jamaicana, denominada cientificamente como Psidium dumetorum, pertencia à família Myrtaceae e era nativa de uma pequena região da Jamaica. Apesar de ser uma planta resiliente, as últimas evidências de sua existência foram registradas por volta de 1976.
Práticas agrícolas agressivas e não sustentáveis contribuíram para a devastação de seu habitat natural. Por isso, em 2013, a comunidade científica declarou a fruta oficialmente extinta.
O gênero Psidium, ao qual a Goiaba Jamaicana pertence, é vasto e diversificado. Originário das regiões tropicais e subtropicais da América, este gênero abrange cerca de 100 espécies, incluindo árvores e arbustos. Entre suas espécies, destaca-se a goiabeira comum, P. guajava L.
4. Manga Kalimantan: sob os efeitos do desmatamento
A Mangifera casturi, comumente conhecida como Manga Kalimantan, faz parte da família Anacardiaceae e já foi abundante na região de Kalimantan, em Bornéu.
No entanto, desde 1998, essa espécie foi declarada extinta na natureza, resultado direto do intenso desmatamento na área. O desaparecimento da Mangifera casturi destacou uma questão ambiental emergente em Bornéu.
Essa ilha, pertencente à Indonésia, é rica em biodiversidade, porém, também sofre com a exploração insustentável de seus recursos naturais.
Apesar de extinta na natureza, essa manga ainda pode ser encontrada em cultivos limitados em Bornéu. Esses esforços de preservação, embora louváveis, são insuficientes diante da vasta destruição ambiental. A conservação ex situ, portanto, tornou-se uma estratégia vital para manter viva a essência dessa espécie.
5. Tamareira da Judeia: renascimento de um legado
Tamareira da Judeia – Imagem: Warraich/Shutterstock
Cultivada nas margens do Mar Morto, do Mar da Galileia e do Vale de Hula, em Israel, a Tamareira da Judeia era um alimento essencial da região. No entanto, mudanças climáticas levaram à sua extinção, por dificultarem o cultivo da fruta.
A crescente aridez das áreas tornou-se um desafio para a sobrevivência dessas tamareiras, que necessitam de muita água. O desaparecimento dessa variedade destacou a relação entre a vegetação e o clima local.
Entretanto, em 2005, um marco na botânica foi alcançado quando uma semente de tamareira de 2000 anos germinou com sucesso. Tal conquista não só despertou interesse científico, mas também trouxe esperança sobre a preservação de espécies semelhantes.
Os botânicos enfrentaram o desafio de reviver uma semente ancestral, a mais antiga a germinar com intervenção humana, o que possibilitou o estudo de sua genética.
Tal pesquisa proporcionou uma compreensão mais profunda das mudanças que esta espécie enfrentou ao longo dos séculos. Comparações com variedades modernas ajudaram, assim, a mapear sua evolução e adaptação climática.
A diversidade genética das frutas é vital para a estabilidade do ecossistema e a resistência a doenças e mudanças climáticas. Métodos agrícolas modernos, ao priorizarem certas espécies, podem comprometer esse equilíbrio, ao reduzirem a polinização e a variedade genética.
Além da perda de sabores, a extinção dessas frutas sinaliza a fragilidade dos ecossistemas. Portanto, ao discutir frutas extintas, é importante enfatizar um problema mais amplo que reflete diretamente na saúde do planeta.
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