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Mercado de Trabalho

Chocante! Por que tantos jovens da GenZ estão desempregados?

Falta de oportunidades, desânimo e pressão social impactam a geração Z. Saiba o que leva tantos jovens ao desemprego e à evasão.

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O número de jovens que não estudam, não trabalham e tampouco estão em algum tipo de formação tem crescido em ritmo preocupante. Só nos Estados Unidos, mais de 4 milhões de integrantes da Geração Z estão nessa condição — e, ao contrário do que muitos imaginam, o motivo não está ligado à falta de vontade ou comprometimento.

Esse grupo, frequentemente chamado de NEETs, reúne jovens que ficaram à margem de um sistema que prometeu oportunidades, mas entregou incertezas. Muitos saíram da escola com diplomas que não garantiram colocação profissional, enquanto outros enfrentam obstáculos para sequer iniciar uma carreira.

Mais obstáculos do que oportunidades para a Geração Z

Geração Z (1997–2012) cresce conectada, mas lida com incertezas no trabalho e nos estudos. (Foto: franckreporter/Getty Images Signature)

Em vários países, o cenário é semelhante: uma geração altamente conectada, mas desconectada das estruturas que deveriam acolhê-la. As barreiras vão desde o custo de vida elevado até um mercado de trabalho que exige experiência prévia de quem mal teve a chance de começar. Ao mesmo tempo, as mudanças tecnológicas tornaram muitas vagas obsoletas ou instáveis.

Enquanto isso, áreas como saúde e serviços essenciais seguem com alta demanda de mão de obra, mas a conexão entre esses setores e os jovens nem sempre acontece. Seja por falta de acesso, orientação ou apoio, há um descompasso entre os caminhos oferecidos e as realidades enfrentadas.

Além disso, a pandemia acentuou a fragilidade de muitos desses trajetos. Famílias mais vulneráveis precisaram que os jovens se dedicassem a cuidados domésticos ou abandonassem os estudos em busca de renda rápida — o que comprometeu trajetórias educacionais e profissionais.

Diplomas que não garantem segurança

Embora o ensino superior ainda represente, em média, uma vantagem no longo prazo, o retorno não é igual para todos. Muitos estudantes se formam em áreas com poucas oportunidades ou com altos níveis de informalidade, e acabam subempregados ou endividados.

A promessa de que basta concluir a faculdade para alcançar estabilidade deixou de fazer sentido para uma parte significativa da juventude. Em alguns casos, o investimento feito em cursos tradicionais não se converte em salários compatíveis ou segurança no futuro.

Outros caminhos, como formações técnicas ou voltadas ao comércio e serviços, ainda recebem menos incentivo, mas podem oferecer soluções mais ágeis e adequadas ao perfil de muitos desses jovens. Reconhecer essa diversidade de rotas é um passo essencial para reverter a exclusão silenciosa de tantos integrantes da Geração Z.

Como reverter esse cenário?

Para quem se sente perdido, ou conhece alguém nessa condição, o primeiro passo é entender que não se trata de fracasso individual. Muitos jovens enfrentam barreiras reais para estudar ou trabalhar, e isso não significa falta de interesse ou esforço — mas sim um sistema que nem sempre oferece caminhos viáveis.

Por isso, buscar informações sobre cursos técnicos, programas de estágio ou iniciativas públicas de capacitação pode ser um começo. Há projetos gratuitos voltados a quem deseja retomar os estudos ou entrar no mercado mesmo sem experiência. Embora o acesso nem sempre seja fácil, existem possibilidades sendo construídas em diferentes regiões do país.

Se você está nessa situação — ou quer apoiar alguém que está — vale lembrar que retomar a trajetória leva tempo, e cada passo conta. Encontrar apoio, mesmo que fora das rotas tradicionais, pode fazer diferença. Afinal, ninguém deveria ter que enfrentar esse processo sozinho.

Estudante de jornalismo, no segundo semestre. Trabalhei como redator na Velvet durante três anos.

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