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No Japão, empresas estão lucrando com pedidos de demissão
Funcionários japoneses recorrem a agências especializadas para mediar a saída do emprego.
A rotina de 12 horas diárias, geralmente estendidas até às 23h, comum no Japão, tornou-se insustentável para muitos trabalhadores do país e tem levado a problemas de saúde.
Por lá, demitir-se é visto como um ato de desrespeito, em um ambiente no qual a lealdade a uma empresa é altamente valorizada. Em casos extremos, chefes se recusam a aceitar cartas de demissão, assediando os funcionários para que permaneçam.
Por isso, muitos trabalhadores temem represálias e recorrem a agências para ajudá-los a deixar seu emprego.
Trabalhadores japoneses são constrangidos pelos gestores quando pedem demissão – Imagem: Etienne Girardet/Unsplash
Japoneses contratam empresas para sair da empresa
Em matéria da CNN Brasil, com colaboração do repórter Chris Lau, a jovem japonesa Yuki Watanabe, de 24 anos, ilustra essa realidade comum entre os trabalhadores japoneses que enfrentam jornadas exaustivas e uma cultura corporativa hierárquica inadequada.
Por isso, a mulher procurou a agência Momuri, empresa especializada em intermediar o desligamento feito por funcionários mais reservados diante de gestores intimidadores.
Também em matéria da CNN Brasil, funcionários japoneses relatam, por exemplo, situações de hostilidade extrema, com chefes que rasgam cartas de demissão ou até mesmo perseguem trabalhadores em suas residências. Um caso notável envolveu um chefe que levou seu funcionário a um templo em Kyoto e alegou que o trabalhador estava “amaldiçoado”.
Com a pandemia, muitos trabalhadores reavaliaram suas carreiras, o que levou a um aumento na procura por agências de demissão. No último ano, a Momuri, localizada em Tóquio, recebeu 11.000 consultas. O serviço, que custa cerca de 22.000 ienes (R$ 834**), oferece suporte para demissões sem estresse, ao mediar negociações e fornecer assistência legal.
Excesso de trabalho e suas consequências
O Japão enfrenta há décadas problemas devido ao excesso de trabalho, com casos de “karoshi” ou morte por excesso de trabalho.
Apesar de uma redução nos óbitos relacionados ao trabalho, os pedidos de indenização por estresse mental aumentaram de forma significativa.
A lista de “black firms”, empregadores antiéticos, foi criada para alertar os trabalhadores sobre as condições opressivas e exploradoras.
Leis trabalhistas e desafios culturais
Embora existam leis para proteger os trabalhadores, a atmosfera no local de trabalho muitas vezes impede que eles se sintam à vontade para falar. Com uma população envelhecendo rapidamente e uma força de trabalho reduzida, os jovens trabalhadores estão menos dispostos a aceitar condições de trabalho insatisfatórias.
Em entrevista à CNN Brasil, Shiori Kawamata, gerente de operações da Momuri, acredita que o serviço deveria ser desnecessário, mas as histórias de seus clientes mostram que ainda há muito a ser feito. Por essa razão, a agência oferece descontos para clientes que precisam de ajuda novamente, pois reconhece a persistência do problema.
* Com informações da CNN Brasil, com colaboração do repórter Chris Lau.
** Valor de conversão consultado em 2 de abril de 2025.

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