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Entenda como o Magazine Luiza (MGLU3) se consagrou como a maior varejista na Bolsa brasileira
Criada nos anos 1950, rede de varejo Magalu teve expansão do negócio a partir da década de 1970.
A rede de varejo Magazine Luiza foi fundada no ano de 1957, em Franca (SP), pela ex-balconista Luiza Trajano Donato. No entanto, a sobrinha da criadora, Luiza Helena Trajano, é responsável pela expansão do negócio, impulsionado a partir da década de 1970. “O marketing sempre correu em nossas veias, mesmo quando a gente não tinha dinheiro para marketing”, afirma Luiza Helena Trajano.
Com início dos negócios no interior, indo depois às cidades de maior porte, e obtendo um grande número de concorrentes, o Magazine Luiza (MGLU3) se consolidou como a varejista mais valorizada no país. Em 5 de novembro, foi avaliada em R$ 178,4 bilhões. Com o resultado, passou a ocupar a sexta posição de companhia mais valorizada da Bolsa brasileira, ultrapassando o banco Bradesco. Anterior a isso, já havia superado o Banco do Brasil e Santander Brasil.
Os números também apontam uma adaptação do Brasil ao novo cenário, já que os grandes nomes do e-commerce, como Amazon e Alibaba, se situam há tempos entre as principais opções dos investidores do exterior. O Magalu implementou um ecossistema que, além dos produtos, insere uma caixa de ferramentas para demais companhias serem digitalizadas, com serviços de logística, marketing e pagamento. Apenas em 2020, a empresa fez nove compras para expandir sua estrutura, entre elas, a página de livros Estante Virtual e a startup de publicidade digital InLoco Media.
No entanto, de acordo com especialistas, o “pulo do gato” está no aluguel da plataforma de serviços para as demais empresas. Na perspectiva do administrador de empresas Herbert Steinberg, da consultoria Mesa Corporate Governance, essa é uma grande ação pioneira de inovação do Magalu. Segundo ele, até o momento, a varejista realizou de modo competente o “feijão com arroz” do comércio, mas possui a oportunidade de avançar com o mercado para outro nível. E é essa concepção que promove a valorização do negócio na Bolsa. “A imagem de ‘first mover’ (de pensar à frente do mercado) colou no Magazine Luiza. Eles souberam usar os recursos e aproveitar a oportunidade para investir em tecnologia”, destaca Steinberg.
Ao iniciar sua expansão, ainda na década de 1970, o Magazine Luiza determinou dois critérios que ainda orientam a empresa. O primeiro desses pilares proíbe que “agregados” (esposas, maridos, noras, genros e cunhados) desempenhem funções na companhia familiar. O segundo é fugir de um erro popular nas empresas embrionárias: misturar o caixa da empresa com o dinheiro dos donos.
De acordo com Frederico Trajano, filho de Luiza Helena, outra característica, aparentemente contrária a esses cuidados, também representou o Magalu praticamente desde a sua criação: o perfil de startup. “Minha tia e minha mãe sempre pensaram fora da caixa. Não tiveram medo de errar. E eu só voltei para o Magalu porque sabia que não havia resistência a mudanças”, diz.
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