Bom humor cede espaço às preocupações e rali é interrompido

A Bolsa iniciou o dia sem tendência definida, mas o cenário mudou e o índice se firmou em terreno negativo, após a notícia de que Nova York adotou novas medidas de restrições para bares, restaurantes e também com a confirmação de que, em caso de segunda onda de coronavírus no Brasil, o governo prorrogará o auxílio emergencial.

O Ibovespa encerrou com queda de 2,35%, aos 102.340 pontos. Ao longo do pregão, o índice variou entre a mínima de 102.033 pontos e a máxima de 105.018 pontos. O giro financeiro somou R$ 32 bilhões.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou restrições para os estabelecimentos que deverão fechar às 22 horas. Além disso, estão proibidas reuniões com mais de 10 pessoas. Nos últimos dias, o número médio de casos subiu 85%.

De acordo com reportagem do O Globo, houve um aumento de internações em hospitais de São Paulo e avanço de casos suspeitos. De acordo com a Info Tracker, plataforma da USP e da Unesp que monitora a pandemia, houve um avanço de 50% nos casos suspeitos na capital entre agosto e novembro, o que gerou temor de que a grande São Paulo e a capital paulista possam estar próximas de uma segunda onda da doença.

Para azedar ainda mais o humor dos investidores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, em caso de segunda onda de Covid-19, o governo prorrogará o auxílio emergencial. “Se houver segunda onda o Brasil reagirá como da primeira vez. Vamos decretar calamidade pública e recriar o auxílio emergencial”, disse em evento virtual organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Guedes disse ainda que o auxílio é previsto pela equipe como uma contingência. “O plano A é interromper o auxílio em 31 de dezembro. A pandemia descendo, o auxílio vai descendo junto. A renovação não é hipótese de trabalho, é contingência”, disse.

A iniciativa, embora seja positiva, pois além de ajudar as pessoas que perderam emprego e renda, o auxílio tem contribuído para puxar os principais indicadores econômicos para cima. Mas, a preocupação dos analistas é de onde o governo tirará recursos para bancar o programa assistencial sem estourar o teto de gastos.

Do lado corporativo, a JBS informou que registrou lucro líquido de R$ 3,1 bilhões no terceiro trimestre do ano, ante R$ 356,7 milhões no mesmo período de 2019. O resultado reflete o forte desempenho das unidades dos EUA e do Brasil, e também a redução nas despesas financeiras. A ação fechou com leve queda de 0,09%

A Via Varejo reportou lucro líquido de R$ 590 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 346 milhões no mesmo período de 2019. O papel caiu 5,62%.

A ação da Marfrig terminou com alta de 0,46%, refletindo o lucro líquido de R$ 674 milhões, ante lucro de R$ 100 milhões no terceiro trimestre de 2019.

A JBS viu seu lucro líquido passar de R$ 356 milhões no terceiro trimestre de 2019, para R$ 3,1 bilhões no mesmo período deste ano. O papel queda de 0,09%.

Petrobras e Vale terminaram com recuos de 4,50% e 1,75%, respectivamente.

Os bancos também encerraram no vermelho: Itaú -2,44%, Bradesco -3,86%, Banco do Brasil -4,68% e Santander -2,22%.

Logo cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que em setembro o volume de serviços no Brasil avançou 1,8% frente a agosto, na série com ajuste sazonal. Foi a quarta taxa positiva seguida, acumulando alta de 13,4% no período. Esse resultado sucedeu uma sequência de quatro taxas negativas, entre fevereiro e maio, com perda acumulada de 19,8%.

Lá fora, durante o fórum do Banco Central Europeu (BCE), o presidente do Federal Reserve (BC, dos EUA), Jerome Powell, afirmou que a nova onda de covid-19 é um risco importante para o país. Ele disse ainda que a vacina é uma boa notícia, mas para a economia os impactos só serão percebidos no médio prazo.

Em Nova York, o índice Dow Jones encerrou com queda de 1,08%, aos 29.080 pontos e o Nasdaq com declínio de 0,65%, aos 11.709 pontos.