Coronavirus: gestores dão dicas de como montar carteira de ações para aprovação da vacina

A comunidade científica está na corrida para produção efetiva de uma vacina contra a Covid-19. Das 47 em testes, 10 estão na fase 3, a última etapa antes da possível aprovação. Inclusive, nesta semana, a BioNTech e a Pfizer levaram otimismo à população ao divulgar que sua vacina alcançou 95% de eficácia nos grupos de controle. Segundo análise preliminar, a Moderna alegou que a sua vacina experimental foi 94,5% eficaz. 

Com as notícias positivas, parece certo dizer que o mundo está próximo da liberação de uma vacina segura contra o novo coronavírus. No entanto, quando isso ocorrer, é possível que os mercados globais sejam atingidos pela euforia, de certa forma comparada ao pânico de março, por meio da propagação do vírus. Diante disso, os gestores já selecionam suas ações favoritas para montar a carteira.

De acordo com o gestor da Mauá Capital, Renato Ometto, com a aprovação de uma vacina eficaz e viável, o setor de shopping centers será amplamente beneficiado. O gestor da XP Asset, Marcos Peixoto, defende esses estabelecimentos e acredita que Multiplan (MULT3) é a companhia mais bem situada para captar o possível aumento de fluxo pós-vacina. “É uma companhia com um portfólio muito bom, de muitos centros bem localizados e mais voltados para os segmentos de média e alta renda”, diz. Já o sócio da GTI, Rodrigo Glatt, assinala brMalls (BRML3) como sua favorita no segmento.

Outro setor popular é o de varejistas de vestuário. Marcos Peixoto afirma favoritismo na C&A (CEAB3), tendo sido afetada durante a pandemia, por conta da maioria de suas receitas serem provenientes de lojas nos shoppings. Por outro lado, o gestor da Moat Capital, Cassio Bruno, tem preferência pelas Lojas Renner (LREN3) e Guararapes (GUAR3). “São empresas mais premium, que estão bem posicionadas para ganharem com a volta da economia. Achamos que se tiver uma vacina, no curto prazo, todas as empresas mais beneficiadas são as que vendem para consumidores de renda alta”, avalia.

Também mencionados por muitos gestores são os bancos, entregando números inferiores aos patamares pré-crise. O Bradesco (BBDC3; BBDC4) é o favorito de Marcos Peixoto, já para gestora LIS Capital é o ABC Brasil (ABCB4). “Com a normalização da economia, as instituições financeiras vão parar de provisionar e podem até reverter parte das provisões anteriores, reconhecendo como ganhos aquilo que os balanços anteriores registraram como perda”, argumenta.

Em outra perspectiva, Cássio Bruno considera que a atividade mais afetada pela Covid-19 foi a de mobilidade. Assim, tudo que está atrelado a transporte deve avançar com a vacina. “Empresas como Azul (AZUL4), Gol (GOLL4), CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3) seriam boas apostas, pois as pessoas voltariam a viajar seja de avião ou de carro/ônibus”, destaca. Por consequência, cresceria o consumo de combustíveis, com destaque para a Comgas (CGAS5) e a Ultrapar (UGPA3).

Já a venda de imóveis é um segmento mencionado somente pelos gestores da LIS Capital, sendo impulsionado com o retorno do home office. “Trabalhar em home office é uma boa alternativa em tempos de isolamento, mas envolve perdas, principalmente em termos de troca com os colegas e absorção da cultura da empresa”, apontam. A preferência mencionada é para BR Properties (BRPR3), cuja atuação é voltada para edifícios de escritórios em regiões abastadas do Rio de Janeiro e São Paulo.

O setor de siderurgia, citado por Rodrigo Glatt da GTI, pode receber vantagens da recuperação econômica global, assim que a vacina for disponibilizada. No segmento, a companhia favorita é a Gerdau (GGBR4), sendo também melhor opção em programa de concessões de infraestrutura do governo federal.

Veja a seguir as ações citadas e a média de recomendações, segundo dados da Reuters: 

Fonte: Infomoney