Empresas
Correios gastam com saúde 20% do montante gasto pela União com 46 estatais federais
Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais mostrou os gastos das estatais com assistência à saúde.
Os Correios gastaram 2 bilhões de reais com benefícios de assistência à saúde em 2019, correspondente a 20% do total destinado pela União a todas as 46 estatais federais controladas diretamente por ela, enquanto a empresa de envios e entregas segue no foco do ministro da Economia, Paulo Guedes, para privatização no próximo ano.
Mesma com o alto custo gerado por seus 370.711 beneficiários de assistência à saúde, a estatal não é a maior despesa nessa frente.
No ano passado, o Banco do Brasil gastou 2,4 bilhões de reais com benefícios de assistência à saúde para seus 441.796 beneficiários, enquanto a Petrobras desembolsou 2,2 bilhões de reais, para 265.787 beneficiários.
Os números integram o Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Economia.
O ministério afirma que a despesa geral das estatais com benefícios de assistência à saúde totalizou 10 bilhões de reais no ano passado, para 1,67 milhão de pessoas, entre funcionários, dependentes e aposentados. Nos Correios, o benefício se estende aos pais dos funcionários, com a possibilidade ainda de assistência à saúde no pós-emprego, relatou o documento.
Para o próximo ano, o plano de Guedes é a desestatização de Correios, Eletrobras, Porto de Santos e PPSA (Pré-Sal Petróleo).
Segundo os dados do relatório, as quatro empresa contabilizam 112.299 empregados, com remuneração média variando de 4.118 reais a 31.335 reais mensais.
Com um quadro de 99.054 funcionários, o que a coloca na posição de maior empregadora do grupo, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) tem a menor média salarial: 4.118 reais. Seu teve lucro líquido em 2019 foi de 102,1 milhões de reais.
A PPSA, que tem apenas 57 trabalhadores, registrou a maior remuneração média dentre as empresa, de 31.335 reais mensais. Em 2019, a companhia reportou lucro líquido de 34,9 milhões de reais. Guedes tem repetido que o plano é vender o portfólio da empresa, que gerencia contratos do pré-sal. A PPSA gastou um total de 252,3 mil reais com benefícios de assistência à saúde.
Já a Eletrobras teve o melhor desempenho no ano passado, com lucro líquido de 10,7 bilhões de reais. A empresa tem 12.051 empregados, com média salarial de 11.227 reais ao mês, e seu custo com benefícios de assistência à saúde foi de 477,2 milhões de reais no período.
O Porto de Santos, que por sua vez conta com 1.137 funcionários, pagou uma média salarial de 11.822 reais no ano passado, quando apurou lucro líquido de 87,3 milhões de reais. O montante gasto pela empresa com benefícios de assistência à saúde alcançou 14,9 milhões de reais.
O relatório é um “choque de transparência”, classificou o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cord, em nota à imprensa.
“Não havia nenhum relatório que consolidasse informações financeiras e de pessoal e que desse um panorama geral da realidade de cada estatal. Agora temos. A melhor arma que a gente pode ter para combater qualquer tipo de privilégio é a transparência. Isso é controle social”, afirmou.
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