Economia
Novo vazamento expõe dados de 112 milhões de brasileiros na internet
Desde o megavazamento de janeiro, já ocorreram outros três episódios de vazamento de dados no país, que pode se tornar referência em insegurança digital.
Os dados de 112 milhões de brasileiros estão novamente vulneráveis. Entre as informações colocadas à venda na internet no último domingo, 14, estão a profissão, faixa salarial e até WhatsApp. No mesmo fórum, também estão disponíveis os dados do megavazamento ocorrido em janeiro, que expôs as informações de 223 milhões de CPFs e 40 milhões de CNPJs, além de 104 milhões de registros de veículos.
Parte dos dados é oferecida gratuitamente, como uma espécie de “amostra grátis” para atrair possíveis compradores. Assim, o pacote contem informações de cerca de 250 mil pessoas, tais como nome completo, CPF, RG, data de nascimento, profissão, faixa salarial, se possui cadastro no Bolsa Família ou se está aposentado.
Além de a nova amostra ser bem maior que o habitual, os dados ainda estão disponíveis integralmente. Em vazamentos anteriores, a amostra normalmente trazia dados de aproximadamente 40 mil pessoas, sendo que algumas informações eram mantidas ocultas.
“O maior risco está na forma como essas 250 mil pessoas já estão expostas de forma aberta, enquanto outras 100 milhões estão expostas à medida que os dados forem sendo comercializados. […] É um tipo de exposição sério”, disse Felipe Daragon, fundador da empresa de cibersegurança Syhunt, ao Estadão.
O vazamento também expôs funcionários públicos, uma vez que mais de 400 nomes possuem e-mails cadastrados nos domínios “.gov.br” ou “.jus.br”. As informações estão sendo vendidas por 0,12 bitcoin, o que corresponde a R$ 38 mil.
Desde o megavazamento de janeiro, já ocorreram outros três episódios de vazamento de dados no país. Segundo Daragon, embora esta seja uma tendência global, o Brasil pode acabar se tornando uma referência em insegurança digital caso estes ataques continuem de forma frequente.
“Talvez pelos sistemas do Brasil estarem mais frágeis, nós acabamos sendo um pouco mais afetados de forma mais intensa por causa do avanço dessas atividades ilegais em relação a outros países. […] A tendência é que isso vá aumentando porque nossos dados vão valer menos porque tudo já vai estar on-line. É um cenário fácil de se prever em um futuro bem próximo”, explica o especialista.
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