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Geadas ameaçam produção de trigo gaúcho e Paraná é que mais pode sofrer

Especialista afirma que a diferença entre os dois Estados está no calendário de plantio do trigo, que influencia na chance de sofrer perdas.

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Nesta sexta-feira, a produção de trigo do Rio Grande do Sul voltou a sofrer com as geadas, enquanto no Paraná o frio ameaça colocar em risco parte das lavoura. De acordo com a avaliação da consultoria Safras & Mercado, as perdas ainda estão sendo levantadas.

O Rio Grande do Sul tem cerca de 22% da área suscetível ao frio, conforme apontou o analista da consultoria Jonathan Staudt, durante videoconfederência. “O Rio Grande do Sul teve geadas (na madrugada) de ontem para hoje, com possíveis perdas que vão ser contabilizadas nos próximos dias. Paraná ainda não teve, mas há previsão para o fim de semana”, informou.

O Estado é o segundo maior produtor de trigo no país, mas o Paraná tem uma área suscetível ao frio maior e é o maior produtor nacional do cereal. Cerca de 80% das lavouras paranaenses desta temporada estão suscetíveis a perdas com geadas ou outros problemas climáticos.

O órgão paranaense Simepar prevê geada na madrugada de sábado de moderada intensidade para o sul do Paraná, e mais fraca para grande parte da faixa central do Estado.

Ainda segundo a previsão do Simepar, na madrugada de domingo somente uma parte ao sul do Estado terá geada, mas ela tende a ser fraca. Nessa região estão inclusos os municípios de Guarapuava, Pato Branco e União da Vitoria.

Segundo analista da Safras, a diferença entre os cenários dos dois Estados sulistas está no calendário de plantio do trigo, já que trigo em estágios iniciais ou próximo da colheita tem menos chance de sofrer perdas.

“O Rio Grande do Sul está mais atrasado que o Paraná, embora dentro da média histórica”, afirmou.

Grande parte do Brasil será afetada por uma frente fria que pode ser a mais intensa do ano e que dura até domingo. A ocorrência de neve ocorrerá entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, e geadas podem chegar até São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Staudt reafirma as previsões da consultoria de que a produção nacional de trigo atinja 6,6 milhões de toneladas, pelo menos até a divulgação de dados sobre possíveis perdas.

“Se alcançarmos esse volume, será a segunda maior colheita dos últimos anos, atrás apenas da temporada de 2016/17, que registrou 6,7 milhões de toneladas”, informou.

As perdas podem trazer a possibilidade de aumento nas exportações braseiras. Em em suas melhores safras, o país normalmente produz aproximadamente metade do volume consumido.

A estimativa da consultoria para a importação neste ano é de 6,7 milhões de toneladas, com previsão de consumo interno de 12,5 milhões de toneladas.

 

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