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Geadas afetam áreas de trigo sucetíveis a perda no Paraná e Rio Grande do Sul

Estados representam cerca de 90% da produção brasileira do cereal e as perdas podem obrigar país a ampliar importação.

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As geadas previstas na semana passada afetaram cerca um terço das áreas de trigo do Paraná em floração ou enchendo grãos durante o final de semana. De acordo com especialista do Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado, o resultado deve ser a quebra de safra no maior produtor brasileiro do cereal, já que essas são as fases em que a cultura é suscetível a perdas.

Foram atingidos mais de 300 mil hectares de trigo em fases sujeitas a perdas, considerando que 60% das lavouras do Estado estão em floração ou frutificação, conforme levantamento do coordenador da Divisão de Estatísticas do Deral, Carlos Hugo Godinho. O cultivo de trigo no Paraná ocupa cerca de 1,13 milhão de hectares em 2020.

Segundo Godinho, as perdas deverão ficar mais claras no começo da próxima semana.”Por aí, até 300 mil (hectares) eu diria, mas levando em consideração que em algumas áreas as geadas foram fracas a ponto de não gerar problema nenhum.”

Em estimativa divulgada em 30 de julho, o Deral espera uma safra de 3,68 milhões de toneladas, aumento de 72% em relação à anterior e uma das maiores já vistas no Paraná. Contudo, devido a perdas, a projeção deve ser prejudicada.

Ainda de acordo com Godinho, o norte do Estado foi poupado do evento climático, “o que é um alento”, mas o oeste e centro-oeste devem sofrer prejuízos localizados, já que tiveram geadas com intensidade moderada.

O sudoeste deve ser a região mais prejudicada, pois as geadas no local foram mais intensas e encontraram muitas lavouras em fases suscetíveis. Apesar de registros de frio mais intenso, as regiões centro-sul e sul do Paraná têm poucas áreas em floração ou frutificação.

O Paraná é o maior produtor do cereal no país, respondendo por cerca de metade da produção do Brasil. As expectativas para a safra eram de recorde, e ela poderia superar 7 milhões de toneladas.

Rio Grande do Sul

No segundo maior produtor do país, o Rio Grande do Sul, a geada também pode causar prejuízos.

A massa de ar polar que avançou sobre o Sul do Brasil também ocasionou geadas em várias regiões produtoras de Santa Catarina e até mesmo no extremo sul de Mato Grosso do Sul e Paraguai, conforme apontou o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos.

“Prejuízos moderados a até de forte intensidade sobre áreas de trigo no Rio Grande do Sul, onde temperaturas ficaram abaixo de zero grau. Muitas lavouras de trigo terão perdas acima de 80% por conta da geada de sábado”, acrescentou Santos.

A assessoria de imprensa da Emater-RS disse que as informações ainda estão chegando do campo, mas antecipou que diversas áreas atingidas estavam no período suscetível a perdas.

Os dois Estados mais afetados respondem por cerca de 90% do trigo brasileiro. Conforme o tamanho da quebra, o país poderá ter que ampliar compras externas.

De acordo com dados da Rural Clima, nesta semana a massa de ar polar sobre a região Sul do Brasil manterá o tempo aberto, sem previsão de chuvas em praticamente todo o país.

O Simepar espera geadas fracas para algumas poucas áreas do sul do Paraná nas próximas duas madrugadas.

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