Tensão entre poderes e mau-humor externo derrubam Ibovespa: -1,69%

Sobe o tom, tanto dos ataques presidenciais dirigidos, na véspera (Dia da Independência), a determinados membros do Supremo, assim como as discussões em torno de um provável impeachment, envolvendo os demais poderes (Judiciário e Legislativo) com base em tais ‘ameaças’ palacianas.

De efeito prático para o investidor, o travamento ‘sine die’ da reforma do Imposto de Renda (IR) no Senado, como logo dito por seu presidente, Rodrigo Pacheco, ao cancelar todas as agendas do dia (8), ao mesmo tempo que prossegue a discussão sobre o impedimento do mandatário por supostos ‘crimes de responsabilidade’, cometidos pelo boquirroto líder.

‘Saída urgente’ – A despeito da grita de governadores e parlamentares em favor da saída urgente do atual ocupante do Planalto, o presidente da Câmara, Arthur Lira nada se pronunciou sobre a eventual abertura de processo, com essa finalidade, naquela Casa.  Aquecimento ou fervuras à parte, o fato é que Bolsonaro ainda dispõe de um ano e quatro meses de governo.

Show de cidadania – Quem deu show de cidadania e civilidade, longe dos políticos, foi a sempre ordeira e trabalhadora Nação brasileira, o que surpreendeu positivamente analistas do mercado, que previam distúrbios nas ruas e agravamento da situação política, como observa o assessor de investimentos da Aplix, Arthur Sousa.

Receio do mercado – “O mercado já estava considerando o impacto das manifestações em suas operações. Havia um receio grande de que os protestos não fossem pacíficos, o que não aconteceu e foi uma surpresa positiva”, conta. Em contrapartida, a voracidade bolsonarista não perdeu a oportunidade para atacar o Supremo, ato percebido por analistas como aumento da percepção de risco fiscal entre os investidores no país.

Por conta desses fatores, às 11h, o Ibovespa aprofundava a queda da abertura, operando em baixa de 1,69% a 115.881,61 pontos.