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Economia

Gastos dos consumidores dos EUA tem alta significativa, mas fim de estímulo fiscal causa incerteza

Pesquisa aponta que houve aumento na renda pessoal após duas quedas mensais consecutivas.

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Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos subiram mais do que o projetado em julho, mostram dados do Departamento do Comércio norte-americano. Os números fortalecem as esperanças de uma forte recuperação do crescimento econômico no terceiro trimestre, mesmo que o impulso deva enfraquecer com o fim do estímulo fiscal e continuidade da pandemia de Covid-19.

Em relatório, o órgão apontou que houve aumento na renda pessoal após duas quedas mensais consecutivas, grande parte atribuída aos auxílios-desemprego, que foram reforçados com suplementos semanais de 600 dólares do governo e que expiraram em 31 de julho. Em relação aos níveis pré-pandemia, os gastos e a renda do consumidor ainda permaneceram bastante baixos.

“O consumidor voltou a gastar nas lojas e shoppings em julho, mas muitas de suas compras refletiram a demanda reprimida após a quarentena contra a pandemia”, disse Chris Rupkey, economista-chefe do MUFG em Nova York. “Os gastos necessários para alimentar a recuperação da economia em agosto são um grande ponto de interrogação, dado o impacto na renda pessoal em todo o país com a perda daqueles cheques semanais de seguro-desemprego de 600 dólares.”

Mais de dois terços da atividade econômica dos EUA é representado pelos gastos dos consumidores, que tiveram alta de 1,9% em julho, após salto de 6,2% em junho. O número deixou os gastos dos consumidores cerca de 4,6% abaixo do nível de fevereiro.

A projeção de economistas consultados pela Reuters era aumento de 1,5% em julho.

Os maiores gastos foram com veículos motorizados novos, seguidos por despesas com saúde, refeições em restaurante e hospedagem em hotéis e motéis. Mesmo que gastos com produtos tenham avançado acima do nível pré-pandemia, os gastos com serviços caíram 9,7% da recuperação, enquanto os norte-americanos permanecem cautelosos em relação ao coronavírus.

Para uma economia baseada em serviços que entrou em recessão em fevereiro, esse é um mau presságio. Embora as novas infecções por Covid-19 nos EUA tenham recuado após um amplo salto durante o verão no Hemisfério Norte, muitos pontos críticos permanecem, especialmente em campi universitários que foram reabertos para aulas presenciais.

Esse foi o maior recuo na economia registrado em ao menos 73 anos no segundo trimestre, tendo os gastos do consumidor sustentado a queda do Produto Interno Bruto. Mesmo com a expectativa de uma forte recuperação do PIB no terceiro trimestre, liderada pelos gastos do consumidor, os economistas estão cortando as estimativas para o quarto trimestre.

Más condições

Os que mais sofreram com a crise foram os norte-americanos com empregos de baixa remuneração, mesmo com a prorrogação do suplemento do auxílio-desemprego, cujo pagamento foi reduzido para 300 dólares por semana e o financiamento do programa provavelmente se terminará em setembro.

Cerca de 27 milhões de norte-americanos recebem auxílio-desemprego, e alguns Estados estão oferecendo benefício extra. Economistas estimam que a perda dos 600 dólares poderia cortar 50 bilhões de dólares das vendas do varejo em agosto.

Nesta sexta-feira, a Universidade de Michigan divulgou pesquisa que aponta um ganho modesto no sentimento do consumidor neste mês: metade de todos os consumidores espera que a economia melhore em 2021, embora muitos deles considerem que as condições econômicas em geral não são favoráveis.

A renda nos EUA saltou 0,4% em julho, parcialmente apoiada na reabertura de mais empresas que elevou os salários. Já em julho, ela recuou 1,0% em junho, e permanece 5% abaixo do nível de fevereiro. Os salários, por sua vez, tiveram aumento de 1,3%.

Seguindo o percentual de junho, o índice de inflação PCE excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia subiu 0,3% em julho.

O núcleo do PCE avançou 1,3% nos 12 meses até julho, na cola da alta de 1,1% em junho. O núcleo do PCE é a medida de inflação preferida para a meta de 2% do Fed, que agora passa a ser uma média.

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