Ações, Units e ETF's
Exterior positivo; petróleo em alta e reajuste salarial restrito pautam Ibovespa de quinta
Futuros dos EUA sobem; tensão turbina commodity e reposição de perdas limitada a três categorias
Com os índices futuros ianques operando no positivo (Dow Jones, +0,34%; S&P 500, +0,42%; Nasdaq, +0,68%), ‘invertendo a mão’ da véspera (19), quando todos estes haviam recuado (Dow, -0,9%; S&P, -0,9%; Nasdaq, -1,15%), os mercados mundiais dividem sua atenção em duas frentes distintas, mas indiretamente associadas.
Aperto precificado – A primeira delas, a precificação do aperto monetário global e seu impacto no ritmo da retomada econômica mundial, ante o persistente desafio pandêmico. A outra é de natureza geopolítica, na qual estados árabes em conflito milenar servem como ‘testas de ferro’ para a ‘medição de forças’ entre superpotências militares antagonistas, Estados Unidos e Rússia, em disputa pela supremacia mundial do item petróleo.
Petróleo avança – Não bastasse o avanço do rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA (treasuries), com vencimento em dez anos – que subiram de 1,5%, no início deste ano, para 1,9% – derrubar as bolsas internacionais (como prévia do aperto monetário, apenas na fase inicial), agora a perspectiva é de que o preço da commodity continue avançando, ao longo deste ano, conforme admitiu a Agência Internacional de Energia (AIE), ontem (19).
Desempenho inconsistente – Também na terra de Tio Sam, o mercado local reagiu com frustração ao desempenho inconsistente do setor financeiro, a exemplo do recuo, no pós-market, de 2,5% das ações da United Airlines, ao divulgar seus resultados trimestrais, quando admitiu a perda de reservas, por conta dos casos da variante ômicron, mas sem fornecer maiores detalhes. Ainda na agenda ianque desta quinta (20), é a vez de gigantes, como American Airlines, Union Pacific e Netflix mostrarem seus números.
Ásia positiva – Embaladas pelo corte de 0,1 ponto percentual – aplicado pelo Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês) na taxa preferencial de empréstimos com vencimento em um ano – as bolsas asiáticas fecharam no positivo (com exceção, por ironia, do chinês Shanghai SE, que recuou 0,09%) como o nipônico Nikkei (+1,11%); o Hang Seng Index de Hong Kong (+3,42%) e o sul-coreano Kospi (+0,72%).
Crise bilionária – Na mesma sessão, de olho na bilionária crise imobiliária por ela mesma patrocinada, Pequim também cortou em 0,05 ponto percentual (pela primeira vez, desde abril de 2020), a taxa preferencial de empréstimos com vencimento em cinco anos, que teria o objetivo de ‘aliviar’ o valor das hipotecas do gigante asiático.
Stoxx 600 recua – Enquanto isso, na Europa, o índice Stoxx 600 operava, no início da sessão em leve alta de 0,2%, puxado positivamente pelo setor de viagens e lazer, mas negativamente por papéis da área de saúde. O recuo foi a norma para a maioria dos índices europeus, em que o britânico FTSE 100 (Reino Unido) perdeu 0,11%; o DAX (Alemanha) caiu 0,20%; o francês CAC 40 encolheu 0,56%, com exceção da discreta alta (+0,1%) do italiano FTSE MIB.
US$ 100 na mira – Acossado por turbulências geopolíticas (incêndio em oleoduto entre o Iraque e a Turquia, ataque por drones do Iêmen aos Emirados Árabes Unidos, além da iminente invasão russa à Ucrânia) os preços do petróleo se mantêm em ascensão, com o barril do tipo WTI cravando US$ 86, ao passo que o Brent se aproxima do patamar de US$ 88 (25% de alta, desde novembro último), cotação ‘turbinada’ pela suspeita de que a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo, mais a Rússia) não teria condições de ampliar mais a produção da commodity. Com uma oferta inferior à demanda, é cada vez mais provável o item bater a casa dos US$ 100, até o terceiro trimestre deste ano, apontou o banco de investimentos Goldman Sachs.
Flexibilização monetária – O minério de ferro negociado para maio próximo, por sua vez, subia 1,3%, a 742 iuanes (US$ 116,97 dólares) por tonelada, na bolsa de commodities chinesa de Dalian, que avança por conta de medidas de flexibilização monetária adotadas pelo governo de Pequim. Como reflexo, o contrato futuro do aço inoxidável para março próximo cresceu 2,6% na Bolsa de Cingapura, para US$ 133,90.
Pistas para Selic – No plano doméstico, o destaque do dia cabe à palestra do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, investidor offshore isento, na 26ª Conferência Anual Latino-Americana do Santander, na qual este deverá dar ‘mais pistas’ sobre o próximo reajuste da Selic, que deverá chegar aos dois dígitos (dos atuais 9,25% ao ano para 10,75% ao ano), de acordo com o reajuste previsto de 1,5 ponto percentual, no próximo encontro, no início de fevereiro próximo, do Comitê de Política Monetária (Copom).
Medida inócua – Para analistas, a constatação é de que, em pese a decisão monolítica da autoridade monetária de elevar sistematicamente a Selic (país foi o que mais elevou sua taxa básica), esta não obteve o efeito esperado, de reduzir o índice inflacionário, ainda hoje muito alto.
‘Sem folga, para alguns’ – Com capacidade insuperável de agravar uma situação já crítica, o mandatário de plantão, embora afirme não existir ‘folga orçamentária’ para contemplar com reajustes salariais todos os servidores federais, adiantou que só tem compromisso (eleitoral?) de concedê-los a três categorias específicas – Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Covid cresce 114% – No diário da Covid, o vírus chinês matou 215 brasileiros, o que representa alta de 114% na média móvel de mortes em sete dias, ante o patamar de 14 dias antes, segundo informou o consórcio de veículos de imprensa.
Principais indicadores
Estados Unidos (futuros)
Dow Jones, +0,34%.
S&P 500, +0,42%.
Nasdaq, +0,68%.
Ásia
Nikkei (Japão), +1,11% (fechado).
Shanghai SE (China), -0,09% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), +3,42% (fechado).
Kospi (Coreia do Sul), +0,72% (fechado).
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), -0,11%.
DAX (Alemanha), -0,20%.
CAC 40 (França), -0,56%.
FTSE MIB (Itália), +0,1%.
Commodities
Petróleo WTI, -0,32%, a US$ 86,68 o barril.
Petróleo Brent, -0,93%, a US$ 87,62 o barril.
Minério de ferro, +1,30%, a 742 iuanes ou US$ 116,99 (Bolsa de Dalian – China).
Criptomoedas
Bitcoin, +1,39%, a US$ 42.108,97.
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