Agronegócio
Embrapa registra alta nos custos de produção do arroz
Dólar alto, custos logísticos e condições climáticas podem afetar produção
A Embrapa apresentou as projeções de produção e consumo de arroz para 2022 e os dados mostram que o produtor pode acabar gastando mais na produção do item. O cenário pode ser afetado pelas adversidades climáticas, como a escassez de chuva na região Sul e o excesso de chuvas no Tocantins, considerados importantes produtores. Há ainda a influência da alta de preço dos insumos utilizados na lavoura, que vem subindo desde a última safra.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em março de 2021, em Sorriso (MT), esperava-se produzir 3.250 quilos por hectare, ao custo médio de R$ 99,00 por saca. Em janeiro deste ano, o preço pago ao produtor pela saca de 60 kg já estava entre R$ 73 a 75, valor que não cobre os custos de produção.
Em Uruguaiana (RS), também em janeiro deste ano, o preço pago ao produtor pela saca de 50 kg gira em torno de R$ 60. Em Pelotas (RS), o preço atual da saca está em torno de R$ 66.
Também entre os fatores que devem determinar os custos de produção mais altos no Brasil estão a alta do dólar, os problemas logísticos envolvendo fretes marítimos e o fenômeno climático La Niña, que prevê chuvas acima da média histórica no Centro do País e abaixo da média na região Sul, que é responsável por 80% da produção nacional de arroz. Em algumas áreas, a produtividade ainda será menor devido a falta d’água para irrigar, conforme alertou a Embrapa.
No Brasil, a estimativa é que a produção de arroz chegue a 11,4 milhões de toneladas. O consumo nacional deve chegar a 11 milhões de toneladas. Com relação às negociações internas, o País deve deve importar 1 milhão de toneladas e exportar 1,4 milhão de toneladas.
No geral, dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indicam que a safra de grãos de 2022 deverá ser recorde. A estimativa aponta para 289 milhões de toneladas, 14% a mais que a safra de 2021. Contudo, o custo de produção também deve ser um dos mais altos da história. Para o Valor Bruto da Produção (VBP), a expectativa é que ele atinja R$ 1,25 trilhão, o que representa um crescimento de 4,2% em relação ao último ano.
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