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Tensão por impasse EUA-Rússia e novo avanço do IPCA pautam Ibovespa de segunda

Falta de acordo entre superpotências mantém mundo em sobressalto; inflação aqui não ‘dá trégua’

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Crédito: Valor Econômico - Globo

No dia em que sobem as tensões mundiais com a recusa do Kremlin de negociar uma saída diplomática à crise criada pelo czar Putin na Ucrânia, o mercado brazuca deve operar com baixa liquidez por conta do feriado presidencial nos EUA, a julgar pelos modestos índices futuros ianques Dow Jones (+0,12%; S&P 500, +0,07%; Nasdaq, -0,15%).

Resposta seca – O azedume sem viés dos negócios internacionais ainda repercute a seca resposta russa à proposta ianque, de uma reunião para negociação da crise ucraniana: “Não há planos concretos (para o encontro)”, despachou o Kremlin. A declaração russa dá a entender que seus planos imediatos são outros, sobretudo consumar a invasão tramada há meses ou anos, o que pode precipitar uma guerra termonuclear, o que não parece sensibilizar o czar da KGB, Putin.

Encontro ainda incerto – Dessa forma, a sugestão do presidente francês Emmanuel Macron, de um encontro entre o presidente estadunidense, Joe Biden, e seu colega russo, previsto, a princípio, para a próxima quinta-feira (24), após reunião prévia do secretário de Estado Antony Blinken e o ministro das Relações Exteriores Sergey Lavrov.

Promessa descumprida – Mas a ideia de intuito pacifista esbarrou nos planos concretos de conquista russa, cujo projeto expansionista imperialista de esquerda descumpriu a promessa de retirar dezenas de milhares de outro país vizinho, a Bielorússia, cujo território tornou-se palco, nas últimas semanas, de intensos exercícios militares. Resumindo o imbróglio proposital europeu: autoridades dos EUA admitem como certa a invasão da Ucrânia, de acordo com informações da inteligência ianque.

Gás ameaçado – No plano econômico, enquanto os EUA e aliados podem aplicar duras sanções, caso a invasão se realize, Moscou retaliar, cortando o fornecimento de petróleo e gás – sobretudo este último, do qual a Europa é totalmente dependente. Nesse contexto, até mesmo a pátria de Tio Sam teria de enfrentar aumento de custos de energia. Aí a retomada da economia mundial ficaria para as calendas, até que cesse o desejo de poder do mandatário de plantão das estepes russas.

Inflação de 5,56% para 2022 – Nessa toada, no início da sessão de segunda, o Ibovespa futuro subia 0,30% a 114.490 pontos, no dia em que o Boletim Focus – elaborado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e divulgado pelo Banco Central – mostrou novo avanço de 0,06 ponto percentual do IPCA (índice oficial de inflação, medido pelo IBGE), que agora foi estimado em 5,56% para 2022, ao passo que a projeção para 2023 tenha sido mantida em 3,5%. No caso de 2022, o centro da meta oficial de inflação é de 3,5% enquanto o ano seguinte ela é de 3,25%, apontando o segundo ano seguido de ‘rompimento da meta de inflação.

Subida em março – Para fevereiro corrente, o Focus emplacou uma taxa de 0,85% para o IPCA, que em março próximo deve subir de 0,52% para 0,54%, ou seja, os preços continuam subindo, mas em ritmo mais lento.

‘Freio na Selic’ – Igualmente mantida foi a projeção de alta da taxa básica de juros (Selic) a 12,25% ao ano para o fim do ano, quando era de 11,75% um mês antes. O ‘freio’ no ritmo de reajustes da Selic corresponde à atual fase de aperto monetário, assinalou a ata do Copom, ao decidir elevar 1,5 ponto percentual, a 10,75% ao ano, a taxa. Para 2023, todavia, foi mantida em 8% a Selic, como há quatro semanas. Para 2024, esta passou de 7,25% ao ano para 7,38% ao ano, quando era de 7%, um mês antes. Para 2025, foi mantida a taxa de 7% ao ano.

PIB ‘imexível’ – Igualmente mantidas foram as estimativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano, de expansão pífia de 0,3%, assim como de 1,5% para 2023.

Câmbio recua bem – Já o câmbio apresentou variação significativa nos prognósticos do Copom, com a cotação do dólar sendo reduzida, de R$ 5,60, quatro semanas antes, agora para R$ 5,50. Para o ano que vem, a moeda ianque teria caído de R$ 5,45 para R$ 5,36, quando era de R$ 5,50, um mês antes.

Temporada brazuca – A temporada brazuca prossegue, após o fechamento do mercado, com Assaí (ASAI3), Inter (BIDI11), Blau (BLAU3), JSL (JSLG3), Mitre (MTRE3) e Movida (MOVI3).

Ásia negativa – Passando para o Oriente, as bolsas asiáticas operaram todas em queda (nipônico Nikkei, -0,78%; Hang Seng Index, de Hong Kong, -0,65%; sul-coreano Kospi, -0,03%), com exceção da inoperante chinesa Shanghai SE (China), a despeito da decisão do banco central chinês (PBoC) de manter em 3,7% a taxa básica de empréstimo de um ano (LPR), em linha com a expectativa de um pool de 24 instituições financeiras consultadas pela agência britânica Reuters.

Europa ‘crente’ – Abalados pela crise geopolítico-petro-militarista fabricada pelo fornecedor de gás russo, as bolsas da Europa ainda refletem a expectativa de uma solução para o conflito na Ucrânia, uma vez que o britânico FTSE 100, subiu 0,68%; o DAX alemão avançou 0,73% e o italiano FTSE MIB subiu modestos 0,16%, ante uma queda de 0,08% do francês CAC 40.

Petróleo em montanha russa – No campo das commodities, o petróleo oscila ao sabor das notícias de um possível encontro entre os presidentes ianque e russo, numa tentativa ainda remota de acordo que ponha fim à crise geopolítica no Leste Europeu.

Contrato futuro avança – Apesar do alto grau de incerteza reinante, no início da manhã dessa segunda (21), o contrato futuro para abril do petróleo tipo WTI (referência dos EUA) avançava 0,32%, a US$ 88,88, ao passo que o contrato do Brent para maio próximo crescia 0,39%, a US$ 91,76. Outra questão que também influi nesse mercado explosivo é a perspectiva de acordo nuclear entre o Irã e potenciais mundiais, previsto para as próximas semanas.

Minério sobe 5% – A normalização de siderúrgicas chinesas e a melhoria das previsões sobre o desempenho da construção civil, no gigante asiático são dois fatores que levaram ao avanço de 5% a US$ 137,54 do minério de ferro com teor de 62% de ferro, no porto chinês de Qingdao, na primeira sessão da semana. Tal performance serviu para reduzir a 6,3% as perdas acumuladas este mês, embora o saldo do ano apresente valorização de quase 14%.

Bitcoin cresce 2,04% – No mundo cripto, o Bitcoin avança 2,04% a US$ 39.029,98, a reboque de uma expectativa ainda positiva do embate ianque-russo.

Balança comercial – Na mira do investidor tupiniquim, a agenda prevê, na tarde de hoje (21), a divulgação dos números semanais da balança comercial, pelo Ministério da Economia, na mesma hora em que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, profere palestra em evento promovido pelo canal AgroMais.

Ignorando a realidade – No Legislativo, a treta da hora é a continuidade das discussões em torno de medidas que ‘contenham’ a alta dos combustíveis, numa aparente tentativa de ignorar a realidade fluida das cotações do petróleo e commodities derivados, no mercado internacional. Como no Brasil, quase tudo é deixado para última hora ou ‘para frente’, no Congresso Nacional, a matéria acabou ficando ‘literalmente’ para ‘depois do Carnaval’, afinal, nossos fatigados e prolixos parlamentares têm direito ao descanso remunerado pelo cidadão.

Perdas de arrecadação – Entre as propostas em pauta, a alteração da política de preços da Petrobras (de acordo com o humor do Executivo da hora) e a mudança de cobrança do ICMS pelos estados, medidas que podem implicar, na visão da equipe econômica, perdas de arrecadação e capacidade de investimento, tanto por parte dos estados, quanto pela União.

Covid mata 424 – No diário da Covid, o vírus chinês matou mais 424 brasileiros, o que corresponde a uma alta de 10%, na média móvel de mortes em sete dias, em comparação com o patamar anterior, de 14 dias.

Principais indicadores

Estados Unidos (futuros)

Dow Jones, +0,12%.

S&P 500, +0,07%.

Nasdaq, -0,15%.

Ásia

Shanghai SE (China), 0,00%.

Nikkei (Japão), -0,78%.

Hang Seng Index (Hong Kong), -0,65%.

Kospi (Coreia do Sul), -0,03%.

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), +0,68%.

DAX (Alemanha), +0,73%.

CAC 40 (França), -0,08%.

FTSE MIB (Itália), +0,16%.

Commodities

Petróleo WTI, +0,25%, a US$ 91,30 o barril.

Petróleo Brent, +0,20%, a US$ 93,74 o barril.

Minério de ferro, +4,74%, a 707 iuanes ou US$ 111,68 (bolsa de Dalian, China).

Criptomoedas

Bitcoin, +2,04% a US$ 39.029,98 (cotação de um dia).

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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