Especialistas dizem que investir em ações pode trazer ganhos no longo prazo

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia provocou diversos problemas no mercado financeiro internacional, fazendo com que investidores ficassem acuados, forçando-se a investir em negócios mais seguros como títulos públicos, dólar e ouro. Nesse sentido, para aqueles que mantêm uma tentativa de renda fixa, o conflito no leste europeu irá proporcionar pressões inflacionárias nunca vistas antes, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, elevando as taxas de juros a valores exorbitantes. Todavia, alguns analistas apontaram que uma carteira de investimentos, que inclua renda variável, é uma saída palpável para aqueles que almejam ganhos significativos a longo prazo.

À vista disso, o chefe de investimentos do C6 Bank, Igor Rongel, relatou que “num cenário de expectativas de taxa de juros mais alta, a renda fixa ganha um pouco mais de relevância na carteira do cliente, mas a gente não entende que deveria ser descartado completamente o ‘upside’ (potencial de valorização) que a renda variável pode trazer, principalmente no médio e longo prazos para o cliente que tem esse apetite por risco“. No caso do Brasil, o conflito entre Rússia e Ucrânia atrelam-se a questões como: eleições presidenciais de 2022 e preocupações com políticas que possam afetar ainda mais a sustentabilidade das contas públicas.

Para o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, as pessoas que querem trabalhar com renda variável precisam entender que o curto prazo não deveria ser relevante ao tratar-se desse tipo de investimento, ressaltando que “não é novidade que tem eleição, não é novidade que tem guerra, parte disso já está precificado, e é por isso que a bolsa está barata para aquele investidor que entende que o horizonte que levou ele a investimento em renda variável é mais longo“.

Para a analista da Empiricus, Laís Costa, quando um investidor fica assustado com a queda das ações em virtude de conflitos armados, decidindo desfazer-se de suas posições, possivelmente, a carteira de investimentos desse tipo de investidor não condiz com seu perfil de risco. Laís defende que o investidor deve ficar confortável com seus investimentos e complementa que “nestes momentos é justamente isso. Ele vende porque a Rússia invadiu a Ucrânia, mas ele nem sabe se tem algum tipo de correlação com aquela posição. Mas, se ele faz esse tipo de decisão, significa que a alocação dele como um todo deveria ser revisada“.

Não obstante, para o especialista de Renda Variável da Diagrama Investimentos, Ricardo Leite, os títulos de renda fixa pós-fixados são fundamentais para precaver-se, caso ocorra o aumento da Selic, na medida em que os que remuneram via inflação estão menos atraentes diante da perspectiva de arrefecimento da inflação. Também recomenda que os investidores, mesmo os conservadores, destinem 20% de seus recursos para investimentos que paguem bons dividendos.