Horários mais flexíveis podem ser sinônimo de maior qualidade de trabalho

Em 2021, foi feito uma pesquisa entre as pessoas que estão trabalhando remotamente e 30% deles responderam que caso suas empresas exigissem seu retorno presencial em tempo integral, eles considerariam procurar outro emprego. A geração millenials foi a mais relutante. Grandes empresas, como Pepsico e Meta, implementaram o trabalho remoto em suas rotinas.

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Algumas empresas vão além no quesito flexibilidade, pois além de seus funcionários escolherem onde, escolhem quando também. E temos como exemplo a Southwest Airlines, que permite que seus pilotos escolham voar no período da manhã ou da noite.

Outras, como a Automatic, não exigem horário fixo e permitem que seus funcionários sejam nômades e viajem pelo mundo enquanto trabalham. Porém, estas oportunidades continuam raras.

“Acho realmente uma pena que mais empresas não tirem proveito disso”, afirmou Azad Abbasi-Ruby, analista sênior de pesquisa de mercado da DuckDuckGo. “Conseguimos fazer muita coisa, e acho que boa parte disso tem a ver com essa flexibilidade, deixar as pessoas trabalharem quando são mais produtivas.”

Ainda que em muitos serviços, a rigidez dos horários seja obrigatória, como para um professor, muitos empregos não tem a real necessidade. Conforme defendem alguns especialistas, caso alguns empregadores adotassem realmente a flexibilidade dos horários e permitissem que seus funcionários trabalhassem quando fosse mais confortável para eles, o funcionário se tornaria muito mais produtivo, criativo e leal.

Existem diversas razões pela qual os funcionários preferem poder escolher quando trabalha.Talvez, aqueles funcionários tenham questões pessoais, como a incumbência de cuidar de algum familiar deficiente ou de outra pessoa que precise de sua atenção durante o horário normal de expediente.  Segundo dados, aproximadamente 700 mil pais de crianças pediram demissão nos Estados Unidos em 2020, em virtude seus filhos precisarem de atenção em casa com os estudos.

Inúmeras mães antes da pandemia sofriam com os choques dos horários entre suas obrigações do trabalho e seus afazeres domésticos com sua família, segundo as pesquisas do centro de pesquisas Pew.

Outro ponto positivo foi sobre o nosso corpo, que com essa flexibilidade pode ficar mais confortável, visto que cada pessoa possui um ritmo singular conhecido como cronotipo, relógio interno que faz o controle sobre nosso sono e nosso estado de alerta.

A hora biológica de dormir, para mais da metade dos adultos, é após a meia noite, o que significa que um expediente típico das 9h as 17h tira mais da metade dos adultos da sincronia.

Segundo um estudo publicado em 2014, foi constatado que os supervisores madrugadores veem aqueles funcionários que chegam mais tarde como menos cuidadosos, independente de seu desempenho no emprego. Outras pesquisas comprovam que os funcionários que não sofrem com a privação do sono tornam-se mais criativos e carismáticos, pois seus horários de trabalho e sono biológico estão alinhados.

Adaptação rápida na pandemia

As grandes alterações recentes no período da pandemia poderiam abrir portas para que novos tipos de flexibilidade no trabalho fossem adotadas, segundo o analista de tecnologia e autor dos livros Trabalhe menos, ganhe igual: Como a redução da jornada de trabalho pode revolucionar sua vida e sua empresa e Descansar: a razão pela qual conseguimos fazer mais quando trabalhamos menos, Alex Soojung-Kim Pang:

“Entrevistei donos de empresas que me disseram: “Em fevereiro de 2020, trabalhar de casa era a causa pela qual eu lutava. Mas eu tinha certeza de que minha empresa não conseguiria fazer isso nunca. No entanto, meus funcionários provaram como eu estava errado em três semanas”, ele me disse. “O que isso nos diz é que não há nenhuma premissa em relação a como trabalhamos que não deva ser questionada.”

Pang sugere que os trabalhadores devem pensar menos no tempo trabalhado, e mais na qualidade dos serviços ofertados.