Economia
Consultor explica motivos pelos quais o Uber Eats pode ter deixado de atender o Brasil
Segundo a própria empresa, decisão deve-se a “barreiras artificiais” e “conduta exclusionária” do Ifood. Confira!
Desde o dia 7 de março o Uber Eats passou a não fazer mais entrega de pedidos de restaurantes no Brasil, limitando-se apenas a supermercados e outros tipos de entregas.
Segundo a própria empresa, decisão deve-se a “barreiras artificiais” e “conduta exclusionária” do Ifood. Acontece que o Ifood trabalhava antigamente com contratos de exclusividade, mas foi proibida desde o ano passado a realizar este tipo de contrato. Mesmo assim, os contratos antigos continuam valendo, o que prejudica empresas que tentam ascender neste ramo.
Porém o sócio do O Board e ex-gestor do Ifood, Dennis Nakamura, fala sobre um ponto negativo da empresa, que visto de fora pode até parecer positivo. A Uber é uma empresa bem maior que Rappi e Ifood, com uma presença comercial global e um valor de mercado maior que de suas concorrentes. Mas ele explica o porquê isso é um ponto negativo.
“Como grande parte das empresas globais, o Uber Eats possui uma série de regras de governança para manter a casa organizada.”, ele diz.
“Já tive a oportunidade de contribuir com startups globais e pedir customização de plataformas e políticas, por exemplo, não é nada agradável. E para essas empresas inovadoras, agilidade, flexibilidade e customização é essencial para que ela se misture com a cultura e crenças locais ficando mais atrativa aos parceiros e consumidores regionais.”
Segundo Nakamura, a Uber Eats também tem ações listadas na bolsa de valores, o que também é prejudicial: “A pressão dos acionistas e sócios é sempre um grande fator para decisões estratégicas como essa”, ele explica.
Nakamura também explica que a Uber Eats era quem tinha a maior taxa de mercado, recebendo 35% do valor por pedido, fazendo com que os restaurantes procurassem outros aplicativos ou aumentassem seus preços, o que acabava levando o público a debandar para os concorrentes.
Ele também diz que a empresa não aproveitou o tempo aberto no Brasil para desenvolver negócios como o Ifood, que vende insumos para os mercados parceiros.
Outra teoria do consultor é que talvez a decisão tenha vindo do exterior, já que os resultados do Brasil eram tão baixos. E como a Uber é uma empresa global, o investimento daqui deve ter sido transferido para outo país.
Além de tudo isso, o aplicativo vinha sofrendo diversas reclamações dos restaurantes que vendiam produtos por lá, como um dono de restaurante de Ponta Grossa (PR) relatou, que após o entregador retirar o pedido não era mais possível entrar em contato com o cliente, o que gerava alguns mal entendidos que seriam de fácil resolução se houvesse esta opção.
O homem ainda relata que a empresa prometeu diversos diferenciais, como cupons de desconto financiados pela Uber, embalagens, adesivos e muitas outras coisas, mas que nada disso foi cumprido.
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