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Zara indeniza estudante depois da prática de racismo na Bahia

O objetivo dos estabelecimentos é de que o estudante não prossiga com o processo judicial. Saiba mais!

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A loja Zara e o Shopping da Bahia entraram em um consenso extrajudicial com Luiz Fernandes Junior, nascido na Guiné-Bissau, três meses depois de terem praticado injúria racial contra o estudante. O objetivo dos estabelecimentos é de que ele não prossiga com o processo judicial.

Luiz reside na Bahia, onde está fazendo mestrado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). O advogado de Luiz, Thiago Thobias, confirmou que o acordo foi fechado no dia 7 de abril. O termo de confidencialidade, entretanto, impede que as partes revelem os valores do acordo.

Veja também: Carrefour Brasil vai lançar fundo contra racismo após assassinato de cliente no RS

Relembre o caso

Luiz se encaminhou até uma delegacia e registrou um boletim de ocorrência denunciando a prática de racismo do segurança do shopping e da loja. O estudante foi retirado do banheiro e acusado de ter roubado uma bolsa, de R$329, que havia acabado de comprar. O crime foi em 28 de dezembro de 2021.

Luiz contou que o funcionário do shopping entrou no banheiro aos gritos com ele:

“Ele ficou atrás de mim. De início, eu não liguei porque não tinha ideia de que seria comigo aquilo. Aí ele chegou perto de mim e falou: ‘eu quero que você devolva agora a mochila que você roubou na loja da Zara'”, comentou.

Luiz completou seu relato: “Eu respondi que tinha comprado a mochila e ainda falei que tinha o comprovante, mas ele não quis ouvir e insistiu para que eu devolvesse”.

“Humilhado por ser negro”, afirma vítima

O segurança da loja teria arrancado a mochila da mão do cliente e saído, enquanto Luís foi atrás dele, chateado. De volta à Zara, o funcionário da loja confirmou que Luís havia feito a aquisição da mochila.

“Quando chegamos de volta na loja, procurei o rapaz que me atendeu e perguntei a ele de quem era a mochila. O atendente respondeu que era minha, que eu havia comprado. Aí ele ficou sem jeito”, lembrou a vítima.

“Me senti humilhado por ser negro. Foi como se ele tivesse me matado e me deixado na rua, de qualquer jeito. Doeu muito. E em nenhum momento eles pediram desculpas. Eu cheguei em casa arrasado, com uma dor de cabeça intensa”, desabafou.

Posicionamento da loja

A Zara divulgou uma nota argumentando que já teria afastado a funcionária e que o episódio “não reflete os valores da companhia”.

O shopping se posicionou dizendo que o segurança abordou Luís, apenas depois de ser avisado por representantes da Zara. Via nota, o shopping acabou admitindo que o segurança não deveria ter atendido ao pedido da loja.

Racismo da Zara no Ceará

A delegada Ana Paula Barroso, da Policia Civil do Ceará, fez uma denúncia de racismo sobre a loja da Zara em Fortaleza, em 14 de setembro de 2021. Conforme a delegada, um funcionário da loja teria pedido que ela se retirasse da loja por ‘’questões de segurança’’.

Ainda que depois de pedidos de explicação, a determinação da loja foi mantida.

Ana Paula chegou na loja as 21h20 comendo um sorvete. Entretanto, quando tentou entrar, o segurança da loja a barrou. Ela perguntou ao segurança se seria devido ao sorvete, porém, ele não respondeu.

Dois seguranças acompanharam a delegada até a parte externa da loja. Os vídeos das câmeras foram enviados à Perícia. O crime completou seis meses e o andamento processual está trancado, visto que o réu ainda não foi encontrado.

Amante de filmes e séries e tudo o que envolve o cinema. Uma curiosa ativa nas redes, sempre ligada nas informações acerca da web.

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