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Brasil deve importar arroz dos EUA e Tailândia com taxa zero, diz ministra da Agricultura

Cota de 400 mil toneladas de arroz terá isenção da tarifa de 10% a 12% até o final do ano.

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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quinta-feira que a taxa zero para importação de arroz de países de fora do Mercosul deverá beneficiar principalmente Estados Unidos e Tailândia. A medida foi anunciada na quarta-feira pelo governo brasileiro em uma tentativa barrar os preços históricos do produto.

Uma cota de 400 mil toneladas de arroz em casca e beneficiado terá isenção da tarifa de 10% a 12% até o final do ano. O número responde por aproximadamente 35% das importações brasileiras totais projetadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para 2020.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Teresa Cristina falou sobre a dinâmica do movimento. “Agora, é claro que o arroz demora um pouco para entrar. Ele vem basicamente dos Estados Unidos e Tailândia, que são os países que podem exportar porque é o mesmo tipo de arroz. Nós temos outros países produtores, mas é de outro tipo”.

Muitas indústrias de beneficiamento já estão com suas compras agendadas em diversos países, disse o presidente da Conab, Guilherme Bastos, que também apontou EUA e Tailândia como origens do produto.

Com dificuldades nas compras externas causadas pela alta do dólar frente ao real, as importações de arroz pelo Brasil de janeiro a agosto somaram 373,3 mil toneladas, redução de 26% na comparação com o mesmo período do ano passado, mostram dados do governo.

A alta dos preços também foi resultada, em para, pelo recuo nas aquisições no exterior e pela alta nas exportações.

O Brasil sempre importou arroz do Paraguai e do Uruguai, em negócios sem tarifas, por causa do Mercosul, e essas importações também costumam incomodar o setor produtivo, assim como a cota, frisou a ministra.

“Esse foi o primeiro ano que o produtor rural de arroz teve seus custos cobertos e uma margem de lucro. Trabalharam no vermelho muitos anos… Então foi muito difícil a tomada dessa decisão. A gente vem acompanhando isso há meses do arroz… mas a gente tem que olhar também o consumidor, a prateleira que não pode ficar vazia”, disse ela.

Ainda de acordo com Teresa Cristina, a cota servirá muito mais como uma “reserva técnica” para não deixar o mercado desabastecido, e não deve atrapalhar a próxima safra, que será colhida no início do ano que vem.

Segundo ela, o órgão das Nações Unidos para alimentos, a FAO, já vinha alertando há dois meses sobre essa alta global dos preços.

“Isso está acontecendo no mundo todo. Claro nós tivemos aí o dólar que favoreceu as exportações, então houve um aumento exportações”, acrescentou.

O auxílio emergencial dado pelo governo fez com que as pessoas consumissem mais arroz, disse temam a ministra,

“Muita gente está em casa, mudou seu hábito alimentar, arroz feijão, óleo para cozinhar. Houve sim um aumento de consumo. Ah, exportou muito, exportou, mas temos estoques aqui dentro para atender nossa população.”

“Estamos muito ligados na próxima safra, teremos uma safra com aumento de área, tudo indica, então deve ser maior”, completou.

A estimativa da Conab para a já colhida quinta-feira a safra de arroz do Brasil 2019/20 é de 11,18 milhões de toneladas, frente a 10,5 milhões na temporada passada, deixando o Brasil com estoques relativamente baixos em 2020.

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