Startup japonesa constrói tecido idêntico a seda de aranha

A qualidade única da seda da aranha é reconhecida desde os gregos antigos devido a sua força ser cinco vezes mais forte que o aço. E por isso alguns cientistas analisaram suas aplicações na medicina e engenharia.

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A companhia de biotecnologia iniciou com uma réplica de seda no laboratório e desde lá ampliou sua linha de tecidos e incluiu alternativas mais sustentáveis do que a lã, caxemira e jeans, segundo o chefe de desenvolvimento de negócios da Spiber, Kenji Higashi.

Nos dias atuais, a Spiber está fazendo a ampliação de sua produção e já se prepara para realizar um lançamento comercial completo de seus têxteis, a empresa espera que a tecnologia desenvolvida por ela contribua para ‘’ resolver alguns dos grandes desafios globais que estamos enfrentando”, diz Higashi.

Tecidos de fermentação

As aranhas produzem seus tecidos no processo de girar suas proteínas líquidas, denominadas fibroína, que é um complexo das proteínas glicina, alanina, serina e tirosina, transformando-as em seda.

Ainda que tenham sido criadas para produzir seda há centenas de milhares de anos, as aranhas são animais canibais, o que torna o cultivo impossibilitado.

Por esse motivo os fundadores da Spiber, Kazuhide Sekiyama e Junichi Sugahara, decidiram criar um material sintético que quando comparado molecularmente com as aranhas da seda, percebe-se que são idênticos.

A empresa pesquisou ‘’milhares de diferentes espécies de aranhas’’, assim como outras espécies que produzem seda e fez um compilado e adicionou em um banco de dados de variedades de seda, disse Higashi.

Com o sucesso da produção, a startup desenvolveu uma variedade de tecidos de proteína fermentada alterando a sequência de proteínas.

No ano de 2015, a Spiber fez uma parceria com The North Face Japan com o intuito de produzir uma edição limitada com 50 jaquetas com o nome de “Moon Parka”, em homenagem ao 50º aniversário dos pousos da lua.

Durante a produção das jaquetas, as empresas descobriram que a seda de aranha encolhe ao ter contato com a água, e foi necessário modificar a proteína para enfim tornar a fibra e produzir uma jaqueta ar livre.

Foram necessários 4 anos para chegar no resultado final e produzir uma peça de roupa que se encaixe nos padrões. As parkas foram à venda ¥ 150.000 (no valor de cerca de US $ 1.400 em 2019.