A fortuna de R$ 6 trilhões: Neymar e seu misterioso patrão saudita

A notícia da transferência de Neymar para o clube saudita Al-Hilal reverberou até mesmo entre aqueles que não acompanham o mundo do futebol. A saída do atacante do Paris Saint-Germain para se tornar a grande estrela da equipe, gerenciada pelo Fundo de Investimento Árabe (PIF), deixou muitos intrigados.

Por trás dos cifrões e dos holofotes do futebol está Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita. Apesar de seu pai, o rei Salman, estar oficialmente no trono, é Mohammed que exerce a liderança, já que seu pai enfrenta o Alzheimer, segundo noticiado pela imprensa.

Fonte: Fayez Nureldine/AFP/Reprodução

O comando do país do Oriente Médio, conhecido como a Casa de Saud, é moldado pelo nome de Mohammed bin Salman. Chamado por suas iniciais MBS, ou ainda pelo título de “Senhor de Tudo” devido às mudanças revolucionárias que implementou, Mohammed, aos 37 anos, está à frente do cenário.

Com seu aniversário se aproximando, em 31 de agosto, ele também carrega o título de marido de Sara bint Mashoor bin Abdulaziz Al Saud desde 2008, com quem tem quatro filhos: Nora, Fahdah, Salman e Mashour. Sua aliança seja frequentemente descrita como “discreta” por sites europeus.

A vasta fortuna da família Saud tem sua origem nas imensas reservas de petróleo e gás natural do país. Mohammed bin Salman, dono de um império em crescimento, adquiriu em 2021 a propriedade mais cara do mundo: um castelo em Versalhes, França.

A aquisição não veio a baixo custo, totalizando 230 milhões de libras, ou cerca de R$ 1,4 bilhão, atualmente. A luxuosa propriedade conta com uma sala de meditação subaquática, onde os visitantes se sentem envolvidos por um aquário, com peixes nadando ao seu redor.

Com dez suítes, uma adega para mais de 300 garrafas de vinho e até uma boate subterrânea revestida a ouro, o castelo é um testamento à opulência.

Mas o príncipe herdeiro não para por aí. Entre suas posses está o iate Pegasus VIII, um dos mais caros do planeta, equipado com quatro andares, seis suítes, spa e até mesmo um heliponto. E, em uma lista de aquisições que se torna cada vez mais impressionante, encontra-se também o quadro “Salvator Mundi”, de Leonardo da Vinci.

Nos círculos mais amplos, Mohammed bin Salman tem amizades notáveis, como a atriz Lindsay Lohan, que teria viajado em um de seus jatos particulares e até mesmo ganhado um cartão de crédito pessoal do príncipe. Mas, assim como a opulência e o glamour, também pairam sombras sobre seu nome.

Ele foi acusado pelo governo dos Estados Unidos de ordenar o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, crítico do regime da Casa de Saud, e envolvimento em casos de espionagem, incluindo o acesso não autorizado ao telefone de Jeff Bezos, proprietário da Amazon e do jornal The Washington Post.

No Brasil, Mohammed bin Salman também deixou sua marca controversa ao presentear o ex-presidente Jair Bolsonaro com joias de milhões de reais, supostamente destinadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O caso, envolvendo peças trazidas ilegalmente para o país, está sob investigação da Polícia Federal.

Apesar de ser um agente de mudanças em alguns aspectos, Mohammed bin Salman também carrega denúncias de violações de direitos humanos, incluindo questões relacionadas a mulheres, homossexuais, cristãos e profissionais da imprensa.

Sua influência se estende ao campo do esporte, com a transação de Neymar para o Al-Hilal por um montante significativo.

A transferência que levou Neymar ao Al-Hilal foi avaliada em 90 milhões de euros, equivalente a R$ 489 milhões, valor pago pelo ex-clube do atacante, o PSG. Em sua nova casa, o jogador brasileiro receberá um salário estimado em 320 milhões de euros para duas temporadas, aproximadamente R$ 1,7 bilhão.

Essa transação sinaliza mais do que uma simples mudança de equipe; ela exemplifica a interseção de esporte, finanças e influência da realeza em um mundo que frequentemente transcende os limites do campo de jogo.

Em meio a opulência e a controvérsia, o nome de Mohammed bin Salman permanece um estudo complexo de poder e riqueza, influência e impacto, em um mundo onde o esporte e a política podem se entrelaçar de maneiras fascinantes e imprevisíveis.