Agronegócio
A popularidade do toheroa e sua extinção próxima: uma história da Nova Zelândia
Conheça como a exploração excessiva do toheroa levou à sua quase extinção, e como as comunidades locais e biólogos trabalham para a proteção.
Durante a década de 1950, o toheroa, um grande marisco nativo da Nova Zelândia, se tornou um alimento extremamente popular na região. Os habitantes locais o consideravam um tesouro devido ao seu sabor doce e à alta quantidade de energia que fornecia. No entanto, a crescente demanda pelo molusco acabou se tornando um problema.
O toheroa é um animal que cresce até o tamanho de uma mão humana e vive enterrado nas areias de praias isoladas, como Oreti, no extremo sul do país. Durante séculos, as comunidades costeiras Maori o exploraram como fonte de alimento.
No entanto, a popularidade do toheroa começou a crescer além da capacidade de regeneração da espécie, levando-a à beira da extinção.
Hoje em dia, somente os Maori locais ainda podem colher legalmente esse fruto do mar, mas somente em ocasiões especiais, como reuniões tribais ou funerais. Vamos conhecer mais um pouco sobre ele?
A extinção do Toheroa
De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Victoria, os toheroa eram tidos como “riquezas” pelas comunidades locais. Sua carne crua era apreciada em sopas de milho doce cremosas ou simplesmente cozida em panelas.
À medida que a paixão se espalhava entre as tribos Maori, novas formas populares de preparar o ingrediente surgiam.
Posteriormente, a sopa de toheroa começou a ser exportada para outras regiões sob o domínio da Grã-Bretanha, o que significava que esses moluscos estavam sendo explorados em grande quantidade pelos seres humanos. De 1920 a 1960, em média 20 toneladas do alimento foram enlatadas por ano, atingindo um pico de 77 toneladas em 1940.
A exploração em grande escala não só afetou a base alimentar dos Maori, mas também colocou a sobrevivência desses moluscos em risco. Em apenas 20 anos, os toheroa foram quase extintos. Há 50 anos, no entanto, a colheita comercial foi proibida e iniciou-se um processo para tentar recuperar a espécie.
Os Maoris
Com o intuito de recuperar a espécie, as comunidades locais se uniram aos cientistas marinhos, buscando repovoar as praias com os moluscos. Em tempos atuais, a coleta legal dos toheroas está restrita aos povos Maori, sendo permitida apenas em ocasiões específicas, como cerimônias tribais ou funerais.
Estudos indicam que os toheroas recém-nascidos flutuam na água durante 21 dias antes de serem levados à costa pelas ondas. Lá, eles se enterram na areia e se desenvolvem até atingirem a fase adulta, momento em que retornam ao oceano. Eles se fixam nas plantas de areia, que são levadas pelo vento até a beira-mar.
Há um grande esforço conjunto para conscientizar as crianças sobre a importância dos toheroas e os danos causados por ações humanas prejudiciais.
Embora os números da espécie continuem oscilando, há sinais de que a recuperação esteja ocorrendo, indicando que os esforços para reparar os danos do passado estão dando resultados positivos.
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