Investimentos
Abelhas rendem bilhões de dólares! Casal dos EUA investe e fica bilionário
Demanda por polinização é altíssima no país. Marido e mulher investiram pesado e são hoje os fazendeiros mais ricos da América do Norte
No Vale Central da Califórnia, nos Estados Unidos, fica a propriedade rural de Stewart e Linda Resnick, conhecidos como os fazendeiros mais ricos da América do Norte.
O casal de bilionários sustenta esse status investindo em abelhas. Isso mesmo, em apicultura, que é uma das principais culturas comerciais do país.
Eles administram a gigante agrícola Wonderful Co., que registra US$ 5 bilhões (algo em torno de R$ 25 bilhões) em vendas anuais de produtos, como Halos, Fiji Water, Pom Wonderful e limões sem sementes.
Importância
A propriedade possui cerca de 80 mil colmeias. Juntas, elas contabilizam por volta de 4,5 bilhões de abelhas, que executam um papel essencial não só para os bolsos do casal, mas para o país.
Stewart e Linda não se tornaram alguns dos maiores apicultores dos EUA à toa. Eles são responsáveis, hoje, pela polinização de cerca de um terço da comida que os norte-americanos comem todos os anos.
Maçãs, morangos, cenouras, cebolas e até os produtores de carne bovina precisam das abelhas. Isso, porque elas polinizam os alimentos do rebanho, como sementes de alfafa e soja, ou seja, são essenciais.
Interesse econômico
O setor já começou a atrair o interesse de novos investidores. Hoje, apenas cinco empresas controlam a maioria das colônias de abelhas dos EUA.
Essa pouca quantidade indica que ainda existe certo espaço para novos operadores, até porque a demanda é alta e a mortalidade de abelhas registrada a cada ano compromete a oferta.
A Wonderful, por exemplo, chega a alugar a própria estrutura para fazendeiros que moram a mais de 6 mil quilômetros de distância. Os polinizadores são o que garantem, hoje, o suprimento do país, de frutas a nozes.
Ascensão do casal Resnick
Não foi por acaso que os Resnicks conseguiram construir um verdadeiro império agrícola. Sem as abelhas, as colheitas e plantações não atingem os resultados almejados.
Antes de construírem a própria estrutura e obterem as próprias abelhas, Stewart e Linda contratavam os serviços de até 75 empresas diferentes para polinizar os pomares da fazenda.
Os gastos elevados com a logística, no entanto, começaram comprometer os lucros da propriedade. E o processo de expansão na apicultura começou em 2015.
O casal adquiriu, primeiro, quadro pequenas empresas de apicultura e passou a criar os próprios estoques, livrando-se, aos poucos, de uma ameaça ambiental que desafia o país.
Morte de abelhas
Só em 2022, cerca de 40% das abelhas manejadas nos EUA morreram. Foi a maior perda em 11 anos. Com produção e estrutura próprias, a Wonderful vive um cenário oposto e desfruta da independência em relação as outras empresas.
A cada ano, os Resnicks registram uma taxa de crescimento orgânico de 13% da população de abelhas. O número de colmeias polinizadoras passou de 45 mil em 2021 para 60 mil, em 2022. Cada colmeia tem cerca de 60 mil abelhas.
Esse é o resultado de um trabalho especial, desenvolvido na fazenda, inteiramente voltado para a conservação da saúde e proliferação de abelhas.
Viagem pelo país
Hoje, assim que elas terminam a polinização das lavouras da propriedade, elas são levadas em caminhões climatizados para fazer o mesmo em outras partes do país.
A cada início de primavera, as abelhas do casal Resnick saem da Califórnia e vão polinizar lavouras de mirtilos no Maine, de cranberries no Massachusetts e, assim por diante, passando por Texas, Mississippi, Flórida, Dakota do Norte e Minnesota.
Durante essa verdadeira turnê pelos EUA, as abelhas vão produzindo mel e, ao final, vão para o setor de armazenamento que fica em Idaho, antes de retornarem para a fazenda dos Resnicks.
Setor exige forte investimento
Nem tudo são flores, porém, no universo da apicultura. Além de não se tratar de um processo barato, o negócio tende a ser complicado para os investidores menores.
Especialistas alertam que produtores pequenos, com menos de 1 mil colmeias podem enfrentar dificuldades para fornecer os recursos necessários, o capital e o apoio logístico necessários para cultivar os polinizadores.
Stewart e Linda Resnick fazem parte de um grupo restrito, que já se configura como indústria. Hoje, 95% dos apicultores dos EUA gerenciam menos de 7% das abelhas do país, ou seja, estamos falando de um setor com enorme concentração e, ainda, dominado por poucos.
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