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Apenas 7% das empresas brasileiras duram mais de 70 anos. Há solução?

Empresas no Brasil não duram mais de duas gerações; governança corporativa seria solução para o problema.

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Enquanto os seres humanos atingem uma média de 76,4 anos de expectativa de vida atualmente, apenas 7% das empresas sobrevivem a duas gerações.

Tal contraste chama a atenção para os desafios enfrentados pelas organizações, principalmente as familiares, que predominam no país.

Fatores como centralização de poder, sobreposição de papéis e falta de planejamento sucessório são apontados como obstáculos significativos para a longevidade das empresas.

Contudo, mecanismos de governança corporativa têm se destacado como soluções eficazes para transpor esses desafios.

A estrutura de governança oferece diretrizes claras, assim possibilita que as empresas mantenham um funcionamento estável e sustentável ao longo do tempo.

O caso do Itaú Unibanco, por exemplo, é um sucesso e demonstra como uma estrutura sólida de governança pode resultar em longevidade e prosperidade.

Tal feito ressalta a importância de práticas de governança bem definidas para garantir a continuidade das empresas.

Itaú tem se mostrado um ótimo exemplo de governança corporativa – Imagem: Jose Gil/Unsplash

Órgãos decisórios e sua importância

No contexto das sociedades anônimas, a estrutura de governança é composta por quatro órgãos principais, cada um com um papel específico e essencial para a manutenção da ordem e eficácia na gestão empresarial:

  1. Assembleia Geral: é o órgão deliberativo com competência para reformar estatuto social e eleger administradores;

  2. Diretoria: é responsável pela gestão interna e externa da companhia;

  3. Conselho de Administração: orienta os negócios e fiscaliza os diretores;

  4. Conselho Fiscal: monitora os atos administrativos e examina as demonstrações financeiras.

O caso Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco ilustra como uma estrutura de governança robusta pode ser fundamental.

Fundado por famílias em 1924, o banco brasileiro se destaca por sua gestão meritocrática e por alcançar 100 anos de existência em 2024.

A instituição, além de seus órgãos principais, implementou comitês executivos e estatutários a fim de assegurar mais controle e eficiência na tomada de decisões.

Isso contribuiu para manter a estabilidade e evitar a dispersão de poder, um risco comum em empresas abertas ao mercado.

Estratégias de sucessão e controle familiar

Algumas medidas de sucessão familiar são úteis para tornar mais longa a longevidade da empresa. Um instrumento essencial para garantir a continuidade e o controle familiar nas empresas é o Acordo de Acionistas.

Tal documento estabelece diretrizes sobre os direitos e os deveres dos acionistas, além de incluir regras sobre voto em assembleias e restrições à venda de ações.

Essa medida assegura que o poder decisório permaneça alinhado com os valores familiares.

Outra estratégia é prevenir conflitos de interesses, prática vital para a sustentabilidade da governança. No Itaú Unibanco, mais de 50% dos conselheiros são independentes, sem vínculos com a instituição.

Isso garante a imparcialidade e a segurança nas decisões estratégicas, ao reforçar a confiança entre investidores e gestores.

Em suma, a implementação de uma governança corporativa eficaz é crucial para a longevidade das empresas.

Ao analisar e adaptar práticas como as do Itaú Unibanco, empresas familiares brasileiras podem superar desafios e almejar uma expectativa de vida comparável à dos seres humanos.

Olá, sou John Monteiro, guitarrista e jornalista. Nascido no ano da última Constituição escrita, criado na periferia da capital paulista. Fã de história e política, astronomia, literatura e filosofia. Curto muita música, no conforto da minha preguiça, frequento mais palavras que livrarias.

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