Economia
Após recuar 1,01% em abril, IGP-DI aprofunda deflação em maio: -2,33%
Quedas do diesel e do minério de ferro, de 14,82% e 11,89%, respectivamente, foram determinantes para o resultado
Os recuos verificados nos preços do óleo diesel (de -3,85% para -14,82%) e das commodities, no caso, o minério de ferro (de -7,94% para -11,89%) foram determinantes para aprofundar ainda mais o processo deflacionário do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que variou -2,33% em maio, após cair 1,01% no mês anterior, informou, nesta terça-feira (6), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), ao contabilizar deflação de 3,56% no ano e de 5,49% em 12 meses. Bem distinto era o quadro em maio do ano passado, em que o indicador havia avançado 0,69% e registrado alta de 10,56% em 12 meses.
Além dos itens mencionados, o coordenador de índices de preços da FGV, André Braz, aponta, ainda, a contribuição do milho (de -8,06% para -16,85%) pela retração do índice. “No âmbito do consumidor, as maiores contribuições para a desaceleração do índice partiram de passagens aéreas (de -3,67% para -17,91%) e gasolina (de -0,38% para -1,97%). Na construção civil, a aceleração foi conduzida por acordos coletivos que justificam o acréscimo registrado pela mão-de-obra, cuja variação foi de 1,22% em maio”.
Com 60% de peso ponderado no cálculo do IGP-DI, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) baixou 3,37% em maio, depois de já haver declinado 1,56% em abril. Considerando a análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais reduziu pouco a deflação de 0,77% em abril, para 0,71% em maio.
Neste caso, a maior contribuição para a desaceleração do índice foi o item ‘combustíveis’, que saiu de uma inflação de 0,40% para uma deflação de -6,60%. O índice de Bens Finais (ex) – decorrente da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo – seguiu o mesmo caminho, ao passar de uma elevação de 0,54%, em abril, para uma retração de 0,02%, em maio último.
Por sua vez, a taxa do grupo Bens Intermediários entrou em ‘queda livre’, ao passar de uma deflação de -0,89% em abril, para -3,24% em maio, sob maior influência do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que ‘afundou’ de -2,85% para -12,28%, no mesmo comparativo mensal. Também queda foi verificada no índice de Bens Intermediários (ex) – que decorre de cálculo que exclui combustíveis e lubrificantes para a produção – com baixa de 1,59% em maio, após cair 0,52%, no mês anterior.
Para a deflação de 4,45%, em abril, para 6,11% em maio, do estágio das Matérias-Primas Brutas, contribuíram os seguintes itens: milho em grão (-8,06% para -16,85%), bovinos (1,84% para -5,25%) e minério de ferro (-7,94% para -11,89%). Em sentido oposto, vale citar, soja em grão (-9,89% para -7,71%), aves (-1,10% para 0,08%) e leite in natura (2,55% para 3,43%).
A redução de ímpeto do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que saiu de uma alta de 0,50%, em abril, para 0,08% em maio, teve a contribuição da queda de seis das oito classes de despesa componentes do índice, como Educação, Leitura e Recreação (-0,62% para -3,37%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,51% para 0,73%), Transportes (0,19% para -0,22%), Alimentação (0,67% para 0,41%), Comunicação (0,60% para 0,22%) e Vestuário (0,52% para 0,46%).
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