Economia
Avanço do câmbio, petróleo em baixa e pauta econômica ‘derrubam’ juros futuros
Na ‘ponta curta’, taxa DI para janeiro de 2025 caiu para 10,935%, e longa desceu a 11,40%
A combinação de fatores diversos – como o avanço do câmbio, a queda dos preços do petróleo e o ‘clima’ favorável à tramitação da pauta econômica no Congresso Nacional – levou à queda dos juros futuros, nesta terça-feira (24).
Como resultante, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 recuou de 11,041% para 10,935%; a do DI para janeiro de 2026 caiu de 10,97% para 10,93%; a do DI para janeiro de 2027 ‘encolheu’ de 11,16%, na véspera, para 10,98% e a do DI para janeiro de 2029, baixou de 11,58% para 11,40%.
Outra explicação para a retração generalizada das taxas de juros seria a de que este mercado, já há algumas sessões, vinha ‘ensaiando’ uma correção, em especial, por parte dos fundos de investimento, que ‘miravam’ os prêmios reforçados na curva, mas o intento não se concretizava, em razão das dificuldades apresentadas pelo quadro externo.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, o avanço do real, na contramão da maioria das demais moedas ante o dólar, teve papel determinante, na sessão desta terça (24), no que se refere ao desempenho dos DIs.
“Só o fato de não estarmos vendo grande desvalorização da moeda já é positivo. O movimento de desvalorização do petróleo também acabou contribuiu com a dinâmica da inflação”, comentou a economista. Pressionado, o dólar à vista acabou ficando abaixo do patamar de R$ 5, cotado em R$ 4,9937.
Em outro campo de análise, os yelds dos Treasuries (rendimento dos papéis do Tesouro ianque) exibiram volatilidade, em um dia que se caracterizou pela divulgação de PMIs nos Estados Unidos, dados mais fracos da atividade na Europa, assim como por leilões de T-Note de 2 anos, que superou a média de demanda. Ao mesmo tempo, a taxa da T-Note de dez anos zerou a alta ocorrida na primeira parte da sessão, recuando, por fim, a 4,82% no fim da tarde.
Também influi nas taxas a perspectiva de aprovação do projeto de lei que tributa os fundos de alta de renda, prestes a ser votado pela Câmara. “Foi adiado para amanhã (25), mas há expectativa de que possa ser negociado e votado, o que, tecnicamente, na visão do Ministério da Fazenda, é relevante para a equação da política fiscal”, conclui Camila.
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