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Azul suspende operações em 12 cidades

Aumento dos custos operacionais.

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A Azul Linhas Aéreas (AZUL4) anunciou dia 24 a suspensão total de suas operações em 12 cidades brasileiras a partir de 10 de março. Entre os municípios afetados estão Campos e Cabo Frio (RJ), Correia Pinto (SC), Crateús, São Benedito, Sobral e Iguatú (CE), Mossoró (RN), São Raimundo Nonato e Parnaíba (PI), Rio Verde (GO) e Barreirinha (MA).

Em comunicado, a companhia aérea justificou a decisão apontando diversos fatores, como o aumento dos custos operacionais, reflexo da crise global na cadeia de suprimentos, a alta do dólar e ajustes necessários entre oferta e demanda.

Além da suspensão das operações, a Azul informou que realizará readequações em outras localidades. Os voos para Fernando de Noronha (PE), por exemplo, serão mantidos, mas apenas com saída de Recife. Já os voos partindo de Juazeiro do Norte (CE) terão como destino exclusivo o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), o principal hub da empresa. No aeroporto de Caruaru (PE), devido à baixa ocupação, as operações passarão a ser realizadas por aeronaves menores, do modelo Cessna Grand Caravan, com capacidade para apenas nove passageiros.

“As mudanças fazem parte do planejamento operacional da companhia, e os clientes impactados estão sendo comunicados previamente, recebendo a assistência necessária, conforme previsto na resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, destacou a Azul em nota.

As alterações ocorrem em meio a um cenário de possível consolidação no mercado aéreo nacional. Na semana passada, a Azul e a Abras, controladora da Gol, assinaram um memorando de entendimento para iniciar negociações de fusão. Caso a união se concretize, a nova empresa poderá concentrar 60% do mercado de aviação no Brasil, configurando uma das maiores mudanças no setor nos últimos anos.

Azul (AZUL4)

NO dia 12, a companhia anunciou que a quase totalidade do valor principal de seus títulos de dívida foi convertida em novas obrigações, avançando em seu processo de reestruturação financeira.

Segundo comunicado da empresa, 99,69% das notas sêniores garantidas com vencimento em 2028 e taxa de 11,93% foram trocadas por novos papéis. Nos títulos com vencimento em 2029 e remuneração de 11,5%, o percentual de conversão foi de 98,02%. Já as notas com vencimento em 2030, que oferecem taxa de 10,875%, tiveram 94,51% de sua dívida convertida.

“A Azul espera que a liquidação das ofertas de troca ocorra prontamente e anunciará a data de sua liquidação nos próximos dias”, informou a companhia em fato relevante.

Desafio

Além do avanço em sua reestruturação, a Azul segue negociando uma possível fusão com a Gol (GOLL4). Ambas as empresas assinaram um memorando de entendimento para unir operações no Brasil, o que, se concretizado, formará um grupo com 60% do mercado doméstico de aviação.

No entanto, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já sinalizou que o processo de aprovação deve enfrentar entraves. A concentração de mercado acima de 20% é considerada preocupante pelo órgão, conforme destacou o advogado Mario Nogueira, especialista em concorrencial e M&A do NHM Advogados.

Para aprovar a fusão, o Cade pode impor condições como a venda de ativos ou a separação de operações em rotas específicas. Em casos anteriores no setor, o órgão exigiu a redistribuição de slots em aeroportos congestionados para preservar a concorrência, uma medida que pode ser repetida neste processo, avalia Virgílio Lage, assessor da Valor Investimentos.

A combinação entre Azul e Gol, caso aprovada, marcaria uma das maiores mudanças no mercado aéreo brasileiro, mas os ajustes regulatórios necessários devem prolongar o processo até uma decisão final.

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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