BC: reajuste da Selic poderá superar 1,5 ponto percentual

‘Caso seja necessário’, o caminho está aberto para um reajuste acima de 1,5 ponto percentual da Selic (taxa básica de juros, hoje a 7,75% ao ano), se depender do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, ao adiantar que a ‘decolagem’ da taxa poderá se acentuar nos próximos meses.

Perto de dois dígitos – Mediante a previsão de que ocorra novo aumento, igualmente de 1,5 ponto porcentual, a taxa básica chegaria a 9,25% ao ano, próximo ao final de 2021.

Mirando de longe – “Se for necessário aumentar a taxa em mais de 1,50 ponto porcentual, nós precisaremos fazer isso”, sustentou Serra, sem esquecer de repetir o mantra de que “o BC segue mirando a meta de inflação de 2022”, até porque a de 2021 está ‘furada’ há muitos meses.

PIB negativo – Ante uma previsão de crescimento do PIB abaixo de 1% ou até negativo, para 2022 o Boletim Focus, divulgado ontem (8) projeta um IPCA – o índice oficial de inflação – não mais de 4,55%, mas de 4,63%, mais próximo do teto (5%) do que do centro (3,5%) da meta.

 Dever de casa federal – Ao comentar que ‘a estabilidade do arcabouço do teto gastos funcionou muito bem, desde 2016’, Serra admite que ‘um aumento de gasto não pode ocorrer sem a correspondente redução de outras despesas’.

Retirada precificada – Sobre o fim do tapering – injeção bilionária mensal (US$ 120 bilhões) do Federal Reserve (Fed), banco central estadunidense, estimulo monetário adotado pelo governo ianque durante a pandemia – Serra entende que isso já esperado pelos investidores. No total, o Fed já teria disponibilizado à economia local cerca de US$ 4,3 trilhões.

Subida dos juros – Ao comentar sua previsão de que o Fed só deverá iniciar o ciclo da alta dos juros norte-americanos no segundo semestre de 2022 (2S22), Serra entende que essa medida não deverá impactar significativamente países emergentes, como o Brasil.