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Finanças

Bilionário é declarado 'pobre' pela Forbes. Como isso aconteceu?

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O famoso ranking de bilionários, mantido pela Forbes, é um dos atestados de fortuna mais famosos do mundo todo. Diversas personalidades influentes praticamente brigam para figurar nessa seleta listagem, e recentemente um caso ganhou bastante repercussão na mídia.

Trata-se de um executivo que insistiu tanto para adentrar na seleção que acabou recebendo uma investigação detalhada da sua vida, a qual não era exatamente o que aparentava ser. Falando em uma linguagem mais clara, em vez de comprovar riqueza, conseguiram provar exatamente o oposto. Vamos entender melhor essa história?

De quem estamos falando?

Um executivo chamado Calvin Lo vinha procurando os repórteres da Forbes desde 2020, alardeando ser extremamente rico e, portanto, merecer estar nos anais da revista. Ele se apresentava como um “bilionário filantropo discreto”, embora uma rápida pesquisa no Google atestasse justamente o oposto.

Era possível encontrar diversos resultados apontando para Lo, o que era bastante contraditório, uma vez que ele mesmo se apresentava como alguém que não gostava de exposição. Outro fato curioso é que o gestor alegava possuir diplomação em Harvard, uma coleção de champanhes avaliada em US$ 250 milhões e casas em 3 continentes.

A lista de posses que Calvin afirmava ter era algo quase inacreditável e somente possível para um bilionário. Mas os especialistas da revista já estavam acostumados com esse tipo de assédio e, portanto, não se impressionaram com o suposto inventário do chinês.

Porém, diversos outros sites possuíam publicações sobre o “bilionário”, e algumas das matérias foram, inclusive, pagas por ele. Nem precisamos dizer que os textos eram repletos de elogios à riqueza do homem e ao seu caráter supostamente discreto.

Entretanto, em setembro de 2022, um dos diretores da Forbes se encontrou com Calvin Lo no escritório da R.E. Lee International, a corretora de seguros da qual ele é CEO, situada em Hong Kong. Segundo o empresário, a razão da reunião seria para discutir se Lo ofereceria ou não documentos que comprovassem o seu patrimônio.

Mas, diante de tanta relutância em apresentar as provas exigidas para figurar o ranking dos bilionários, a própria Forbes começou a investigar o indivíduo, e as descobertas foram extremamente interessantes. Durante quase um ano, foi feito um levantamento sobre a vida de Calvin, e os resultados foram publicados em forma de reportagem na web.

De acordo com a publicação, não existe nenhuma prova de que o empreendedor chinês tenha estudado realmente em Harvard. Ele também não é proprietário de um hotel em Taipei nem muito menos tem uma participação na Williams. Sua suposta “maior corretora do mundo” é avaliada em apenas US$ 60 milhões, pouco para os padrões de um bilionário.

Por fim, os imóveis que Lo alegava ter, na verdade, nem eram dele, e sim dos seus pais ou amigos. Inclusive, um diretor especialista em bebidas, que atua na conhecida casa de leilões Christie’s, afirmou ser quase impossível alguém ter uma coleção de champanhes de mais de US$ 100 milhões.

Até mesmo uma foto que mostrava o CEO dirigindo um carro de luxo bastante raro, um Pagani Huayra BC, era fruto de uma montagem. O fotógrafo original foi rastreado e afirmou que obviamente houve uma alteração para incluir o bilionário de mentirinha.

Essas são só algumas das farsas que foram desmascaradas, pois a Forbes ainda descobriria que vários outros empreendimentos que Lo dizia possuir não existiam ou então possuíam valores de mercado bem menores do que os alegados por ele.

Por fim, a verdade era que a mãe do chinês há anos sustentava o estilo de vida luxuoso do filho. No ano de 2004, ele teria ganho cerca de US$ 308 mil para adquirir uma Lamborghini. Em 2005, a progenitora teria presenteado-o com US$ 1,2 milhão para redecorar um apartamento situado em Singapura.

Ao que tudo indica, Calvin Lo estava sendo preparado pela família para se tornar um corretor de investimentos de sucesso, mas com um estilo de vida que ele claramente não poderia bancar apenas com o salário oriundo de seu próprio trabalho.

Considerando todos os bens da família, a Forbes estimou que a fortuna deles seja de menos de US$ 200 milhões, algo bem distante das cifras necessárias para que alguém seja considerado um bilionário. Quando foi informado do resultado das investigações, o empresário se mostrou indignado e alegou não ter mais interesse em estar no ranking.

Bruna Machado, responsável pelas publicações produzidas pela empresa Trezeme Digital. Na Trezeme Digital, entendemos a importância de uma comunicação eficaz. Sabemos que cada palavra importa e, por isso, nos esforçamos para oferecer conteúdo que seja relevante, envolvente e personalizado para atender às suas necessidades. Contato: bruna.trezeme@gmail.com

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