Bilionários Modernos: Mais Ricos por Herança do que por Trabalho

O mais recente relatório do banco suíço UBS, especializado em atender os super-ricos, apresentou uma reviravolta surpreendente na dinâmica da riqueza global.

Pela primeira vez em nove anos, a fortuna da nova geração de bilionários é majoritariamente derivada de heranças familiares, ultrapassando o tradicional caminho do empreendedorismo. Vamos explorar as descobertas do relatório, revelando como essa mudança está se desdobrando globalmente.

O poder da herança: uma inversão histórica

O UBS revelou que, nos últimos 12 meses até abril deste ano, 53 dos 137 novos bilionários acumularam uma impressionante soma de US$ 150,8 bilhões provenientes de heranças familiares.

Esse montante supera os US$ 140,7 bilhões criados por 84 novos multimilionários “self-made” no mesmo período, marcando uma inversão notável na origem da riqueza.

Um fenômeno global em ascensão

1. Ásia-Pacífico:

   • A riqueza média dos herdeiros na região atingiu US$ 2 bilhões, superando os US$ 1,6 bilhões dos empresários locais.

2. Américas:

   • Herdeiros acumulam fortunas médias de US$ 2,2 bilhões, contrastando com os US$ 1,5 bilhões dos empresários.

3. Europa, Oriente Médio e África (EMEA):

   • A riqueza média dos herdeiros nesta região chega a US$ 4,4 bilhões, quase o dobro dos empresários, com US$ 2,2 bilhões.

Bilionários em ascensão e o debate fiscal

O número global de bilionários cresceu 7%, alcançando 2.544, e sua riqueza combinada aumentou 9%, atingindo US$ 12 trilhões, quatro vezes o PIB do Reino Unido.

Esses números reforçam o debate crescente sobre impostos sobre heranças e grandes fortunas, os quais poderiam direcionar recursos para serviços públicos e aliviar os impactos da inflação e da crise do custo de vida.

Desafios e reflexões sobre o futuro da riqueza

Enquanto a nova geração de bilionários testemunha um aumento substancial na riqueza herdada, surgem perguntas críticas sobre a igualdade de oportunidades e os caminhos para a ascensão econômica.

O debate sobre impostos torna-se central, delineando o futuro da distribuição de riqueza em uma era na qual o legado muitas vezes supera a jornada individual rumo ao sucesso financeiro.