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A vida de Delfim Netto
Acompanhe a vida de Delfim Netto e conheça a trajetória desse economista, político e professor universitário que tanto contribuiu para a economia do Brasil.
Antônio Delfim Netto, 93 anos, é uma das figuras marcantes dentro do cenário político brasileiro há bastante tempo. Com um currículo bem recheado, ele atuou em diversos mandatos como ministro, bem como conselheiro, além de ter sido eleito 5 vezes como deputado. Economista, professor universitário, autor de livros, mas também ex-político brasileiro, Delfim Netto carrega consigo uma série de contribuições para a economia durante os períodos mais diversos no nosso país. Acompanhe o artigo e assim, conheça um pouco mais sobre a vida de Delfim Netto!
Quem é Delfim Netto?
Delfim Netto nasceu em 1 de maio de 1928, na cidade de São Paulo, no bairro do Cambuci. Seu pai, José Delfim, era funcionário de uma empresa de transportes coletivo e sua mãe, Maria Delfim era dona de casa, bem como costureira.
Delfim tornou- se um economista e político aqui no Brasil e além disso, foi deputado federal por 5 vezes consecutivas. Ele também atuou como professor universitário na Faculdade de Economia, Administração, bem como Contabilidade, que pertence à Universidade de São Paulo.
Dentro do cenário econômico, ele vem sendo uma figura de destaque há muito tempo. Há quase 60 anos, Delfim vem influenciando os governos brasileiros, isto é, de forma direta ou indireta.
A vida de Delfim na educação e na política
No próprio bairro onde morava, Delfim Netto estudou na escola Liceu Siqueira Campos. Ele ficou órfão de pai muito cedo e aos 14 anos, foi trabalhar na companhia Gessy como auxiliar de escritório. Em seguida, deu continuidade aos seus estudos na Escola Técnica de Comércio Carlos de Carvalho, onde segundo dados do CPDOC, Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea da FGV, começou a escrever para os jornais, temas relacionados à economia.
A educação sempre se mostrou como um dos pilares principais em sua vida e por isso, no ano de 1948 Delfim Netto ingressou na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas e no último ano do seu curso, se tornou presidente do Centro Acadêmico Visconde de Cairu. Quando se formou, trabalhou como assistente de seu professor Luiz Freitas Bueno, atuando na cadeira de Estatística Econômica e Econometria.
Em 1959, defendeu sua tese de livre docência, intitulada “O Problema do Café no Brasil”, que posteriormente se tornou um livro. No ano de 1963, Delfim se torna professor titular na disciplina de Teoria do Desenvolvimento Econômico.
Além das atividades acadêmicas desenvolvidas por Delfim, em 1959 ele foi convidado para integrar a equipe de planejamento do governador de São Paulo, Carlos Alberto de Carvalho Pinto. A nível estadual, Delfim Netto ocupou o cargo de Secretário da Fazenda, em 1966. Na esfera federal, sua primeira atividade aconteceu no ano de 1965, quando passou a ser membro do Conselho Consultivo de Planejamento, isto é, na gestão de Castelo Branco no período ditatorial. Delfim recebeu indicação do ministro do Planejamento na época, Roberto Campos, para assumir um assento no Conselho Nacional de Economia.
A vida de Delfim Netto como Ministro do planejamento
Trabalhando como ministro do Planejamento, em 1983, Delfim ainda assumiu a cátedra de uma disciplina na USP, a Análise Macroeconômica. Ainda na universidade, ele atuou como diretor de pesquisa da Faculdade de Economia, bem como integrante do Conselho Universitário. Um fato bem interessante, mas também curioso de Delfim foi sua atitude, um tanto surpreendente, de doar toda a sua biblioteca pessoal para a Universidade de São Paulo, foram exatos 250 mil livros que ele doou. Uau! Que contribuição para o meio acadêmico, não é mesmo? Afinal, a leitura enobrece a alma.
Na política, a atuação de Delfim Netto foi marcante, e portanto, sempre muito ativa, em 1967 ele assume o ministério da Fazenda, no governo do general Costa e Silva (1967- 1969) e desde muito cedo, ele estabeleceu como prioridades acelerar o crescimento econômico e controlar a inflação no Brasil e tomou uma série de medidas como reduzir e tabelar taxas de juros e manter o congelamento salarial.
As taxas de variação da inflação estavam em torno de 30% a 40% ao ano quando Delfim assumiu o cargo. Com a atuação dele, já em 1967 foi possível perceber uma mudança, a taxa caiu para 23% e o PIB apresentou um crescimento de 4,8%.
No governo de Médici (1969-1974), Delfim ainda estava no comando do ministério da Fazenda, até que foi substituído por Mário Henrique Simonsen com a posse de Ernesto Geisel (1974-1979).
Embaixador do Brasil
E o homem não para mesmo! Após ser substituído, Delfim Netto recebeu um convite para se tornar embaixador do Brasil, na Cidade Luz, vulgo Paris. Muito chique, né?
E assim, Delfim comandou a embaixada até o ano de 1978, e quando retornou ao Brasil tornou-se Ministro da Agricultura, pelo então presidente João Batista Figueiredo (1979-1985).
O governo Lula e Delfim Netto
Após muitos anos vivendo em ideologias opostas, Lula e Delfim iniciaram uma aproximação durante a campanha eleitoral de 2002.
Quando Lula se elegeu, Delfim se tornou um interlocutor do presidente e assim, passou a fazer parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Em 2006, o economista apoiou a reeleição do petista e desse modo, teve seu nome cotado para ocupar um ministério. Infelizmente, o próprio ex-ministro de Planejamento não teve sucesso na sua reeleição como deputado.
Ele passou a integrar o conselho curador da Empresa Brasil de Comunicação após a indicação do presidente, além de fazer parte do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Tal qual o ex-presidente Lula, Delfim Netto também foi acusado na Operação Lava Jato. Segundo procuradores da República, o economista teria recebido propina quando estava acontecendo a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. O ex-ministro nega as acusações e diz que recebeu honorários pelos serviços de consultoria que ele prestou.
Obras Publicadas
Contribuindo para a educação de muitas pessoas, Delfim Netto publicou alguns livros que apresentam ideias muito importantes e além disso, que retratam diversos cenários econômicos vividos pelo Brasil.
O problema do Café no Brasil
Publicado em 1959, o livro foi inspirado na tese de livre docência apresentada pelo economista e desse modo, retrata o contexto daquela época no que concerne à política cafeeira. Nesta obra Delfim apresenta como estava o panorama do mercado do café, isto é, principal produto de exportação daquele período, e como o mesmo se demonstrava instável devido às políticas do governo.
Crônica do Debate Interditado
Essa obra de Delfim foi publicada no ano de 1998 e retrata um pouco sobre uma estagnação no desenvolvimento do Brasil. Neste livro o autor traz suas opiniões acerca da economia brasileira e como ela se comporta, tanto aqui como no exterior. O economista ainda apresenta artigos e entrevistas com os principais fatores que levaram a economia do Brasil para uma crise que acabou recaindo sobre países emergentes no final do século XX.
O mercado e a urna
Nesta obra está reunida uma coletânea de artigos e entrevistas de Delfim Netto. Publicado em 2002, o livro traz observações feitas pelo ex-ministro do Planejamento sobre a crise econômica.
O Brasil do século XXI
O livro publicado em 2012, reúne uma série de seminários que estavam sob a coordenação de Delfim Netto. E além disso, que aconteciam no Departamento de Economia da FEA-USP. Os textos que compõem a obra visam discutir a evolução e a realidade atual da economia no país. Além de propor alguns caminhos que possam definir o rumo do país no novo milênio. A publicação é bem completinha e permeia diversos setores e assuntos relacionados à economia.
O animal econômico
Esta obra do economista Delfim Netto teve sua publicação, recentemente, em 2018 e reúne as principais ideias do ex-deputado sobre a economia e política no país, formuladas e publicadas nas últimas três décadas na coluna semanal do jornal Folha de São Paulo.
Essa obra possibilita o leitor a ter uma visão bem panorâmica sobre as principais questões discutidas após a redemocratização do país e que nos atingem até os dias atuais.
Economia é coisa séria
E a pandemia não o parou!
Isso mesmo! Mesmo em um contexto tão difícil, como esse em que vivemos, Delfim Netto publicou seu novo trabalho em janeiro de 2021 e, essa obra reúne uma série de artigos publicados de 2000 a 2018 pelo economista no jornal Valor Econômico. O livro traz um breve panorama sobre a economia e suas teorias, bem como as causas dos desafios que o país enfrenta atualmente.
E ele continua na ativa!
Com 93 anos de idade e de um sarcasmo e inteligência admiráveis, Delfim Netto está muito ativo. Recentemente, ele deu uma declaração dizendo que o Brasil não corre risco de sofrer um golpe e além disso, elogiou a estratégia do auxílio emergencial, além de ter tecido críticas ao presidente Jair Messias Bolsonaro e ter defendido seu voto em Lula nas próximas eleições. Vale ressaltar que o economista comemorou a anulação das condenações contra o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), feitas no contexto da Lava Jato, o que possibilita o retorno dele para as eleições presidenciais de 2022.
Engana-se quem pensou que Delfim não estaria mais atuante na escrita, com suas opiniões tão pertinentes, e portanto, necessárias para a atual conjuntura da economia e da política no país. O economista ainda escreve para o Folha de São Paulo.
Casado com sua segunda esposa, Gervásia Diório, Delfim Netto é pai de Fabiana Delfim, e avô de Rafael.
Grandiosa e cheia de contribuições é a trajetória de Antônio Delfim Netto, não é? E você, gostou do nosso conteúdo? Então, acompanhe o nosso site e fique por dentro do mundo da economia e dos investimentos.
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