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Biografia: Luiz Barsi

Você sabia que nós temos um Warren Buffett brasileiro? É isso mesmo! Contamos com um senhorzinho ilustre de cabelos brancos penteados, o Luiz Barsi, tendo uma grande história como investidor pessoa física da Bolsa de Valores.

O paulistano de 82 anos é conhecido, no Brasil, pelos investidores a longo prazo, como o Rei dos Dividendos.

A sua estratégia de investimento pode deixar muitos com uma pulga atrás da orelha, afinal, depende de muita paciência (sendo essa uma das maiores virtudes do investidor).

E foi nessa perspectiva que Luiz Barsi acumula cerca de R$2 bilhões com uma carteira de empresas pagadoras de dividendos.

Ficou curioso para conhecer melhor sobre a trajetória e investimentos do brasileiro Luiz Barsi?

Continue a leitura do artigo e descubra o jeito Barsi de investir!

Quem é Luiz Barsi

Luiz Barsi Filho é descendente de imigrantes espanhóis e órfão de pai desde que tinha um ano de idade.  

Os anos iniciais da sua vida ocorreram no famoso bairro paulistano, o Brás, onde morava em um cortiço com a sua mãe.

E nesse ambiente o pequeno Barsi começou a trabalhar muito cedo.

Tudo começou quando o jovem começou a trabalhar fazendo bicos como engraxate e aprendiz de alfaiate.

Com o que ganhava, conseguiu se formar como técnico em contabilidade.

Nessa realidade, com sua formação em contabilidade, Barsi enxergou oportunidades no mercado de ações.

Com isso, o jovem e brilhante paulistano desenvolveu seu método próprio de investir, conhecido como “carteira de ações previdenciária”.

Basicamente, a sua metodologia de investimento concentrava o capital em papéis de empresas que garantem bons dividendos.

Ou seja, essa seria uma estratégia a longo prazo, na qual o investidor garanta rendimentos suficientes para não precisar mais trabalhar.

Em 2019 por exemplo, Barsi recebeu R$ 4 milhões em lucros da Eletrobras, o equivalente a um “salário” mensal de R$ 300 mil.

Detalhe: esse foi o rendimento de uma das várias empresas da carteira do paulista.

Pense em como é o rendimento de um homem que investe em negócios como a Eternit, Itaúsa, Klabin, Grupo Ultra, Unipar Carbocloro, Taurus e Transmissão Paulista.

Barsi: um homem de hábitos simples

Apesar dos grandes retornos financeiros, assim como Warren Buffett, Luiz Barsi Filho é um homem de hábitos simples.

Pode parecer surreal, mas o bilionário Barsi utiliza o Bilhete Único especial gratuito para idosos no metrô de São Paulo.

Além disso, mesmo com a idade, o investidor sênior continua dando expediente no escritório de uma corretora duas vezes por semana.

Barsi é pai de cinco filhos, onde dois deles seguem trabalhando no mercado financeiro.

Inclusive, a sua caçula Louise criou um programa para formar investidores, a empresa de educação digital Ações Garantem o Futuro (AGF).

Formação e Trabalho

Mesmo vindo de uma família humilde, podia faltar tudo, menos educação para Barsi.

A sua mãe não pôde completar os seus anos na escola, por isso, fazia questão que o filho estudasse.

Então a dedicada mãe exigia que o filho não faltasse à escola e fosse sempre de barriga cheia, para conseguir se concentrar nas aulas.

Após a experiência como engraxate, vendedor de balas em cinema e aprendiz de alfaiate, aos 14 anos conseguiu um emprego em uma corretora de valores.

Foi naquele ponto em que surgiu a vontade de se formar na modalidade técnica em contabilidade.

Após o diploma técnico, Barsi concluiu outros dois cursos de ensino superior: Direito, na Faculdade de Direito de Varginha (MG) e Economia na Faculdade de Economia, Finanças e Administração de São Paulo.

História de Luiz Barsi: Como tudo começou

Com a sua formação, Luiz Barsi começou a dar aulas de estrutura e análise de balanços.

O interesse por essa área surgiu desde a sua inserção em contabilidade e essa arte ele aplica meticulosamente até hoje.

Entretanto, esse não foi o único ganho do jovem interessado no mercado.

Na verdade, em sua carreira, Barsi conseguiu um cargo de auditor, e foi nessa posição que ele começou a duvidar da sustentabilidade da Previdência Social no Brasil.

Então, antes de completar 30 anos, o jovem já estava preocupado com a sua aposentadoria.

Bem, a princípio, a meta não era ficar rico da forma que ele se tornou, o objetivo de Barsi era não voltar a ser pobre, na condição de miséria em que ele vivia na sua juventude.

Sua motivação em começar a investir iniciou diante da análise do sistema previdenciário brasileiro.

E com os seus conhecimentos, ele tirou duas conclusões:

  1. o sistema estava caminhando para desmoronar;
  2. Ele dependia apenas do seu trabalho para garantir sua aposentadoria.

Nessa realidade, Barsi percebeu que apenas os funcionários públicos e empresários não precisam se preocupar com a aposentadoria.

Afinal, mesmo quando deixavam de trabalhar, os funcionários públicos recebiam os salários integrais e os empresários poderiam continuar recebendo os lucros das empresas que criaram.

Ou seja, os demais grupos de pessoas estavam sujeitos a sofrerem, quem sabe, com a falta de aposentadoria.

Por isso, como Barsi não tinha interesse em trabalhar para o governo, escolheu se tornar empresário.

História do início da carreira como investidor de Luiz Barsi

Invés de se tornar dono de um pequeno negócio, como a maioria das pessoas fazem, Barsi resolveu investir em vários negócios grandes como sócio.

E foi assim que Barsi comprou as suas primeiras ações.

O engraçado é que, naquela época, quando o paulista iniciou sua vida como sócio, um amigo tentou convencê-lo a fazer um plano de previdência privada, apostando que essa seria uma alternativa mais segura.

Entretanto, Luiz Barsi não deu ouvidos e essa foi a melhor escolha que ele fez.

Mas é claro, o investidor não entrou nessa aposta sem cartas nas mãos.

Na verdade, em seu trabalho como auditor, Barsi tinha muito contato com balanços de empresas e em 1970 elaborou o estudo “Ações Garantem o Futuro”, com uma avaliação criteriosa de todos os setores e o seu nível de “perenidade”.

Com isso, ele chegou à conclusão que os setores da economia com maiores chances de resistir ao longo dos anos eram: alimentos, saneamento, energia, mineração e financeiro.

De acordo com o levantamento, Barsi realizou uma listagem das empresas desses ramos com capital aberto e selecionou as que tinham maiores chances de sucesso no longo prazo.

Anderson Clayton e CESP

Após a sua longa análise, Barsi chegou a conclusão de que a melhor empresa para investir era a Anderson Clayton, uma companhia de capital externo, com um preço de 50 centavos por ação e pagando um dividendo de 12 centavos.

Entretanto, existia um gap nessa transação: o sucesso a longo prazo.

Isso porque as donas da companhia eram duas senhoras com mais de 80 anos e tinham dificuldades em negar ofertas de compras por outras empresas.

Com isso, Barsi precisou mudar de estratégia e nessa jogada percebeu que é importante conhecer profundamente a companhia em que você pretende investir.

Então, Barsi seguiu para o seu plano B, a Companhia Energética de São Paulo (CESP).

Nesse projeto, Barsi passou a economizar ao máximo o seu salário de auditor para comprar ações da companhia, no começo da década de 1970.

E de lá para cá, Barsi teve muitos acertos, os pais o tornaram o Rei dos Dividendos e um dos mais antigos investidores da Bolsa de Valores, com mais de 50 anos de investimentos.

A história da fortuna de Luiz Barsi

Luiz Barsi saiu de uma infância simples no bairro do Brás para um patrimônio de R$ 2 bilhões.

Bem, sabemos que o investidor aposta em empresas boas pagadoras de dividendos e então foi com essa mentalidade que ele construiu a sua fortuna.

E é claro, sem esquecer de focar a sua carteira nos setores que foram previamente levantados como os mais perenes.

Nesse sentido, os investimentos de Luiz Barsi se concentram em empresas geradoras e transmissoras de energia elétrica, petroleiras, papel e celuloseebancos.

O seu portfólio conta com cerca de 15 empresas, nas quais, muitas delas estão com Barsi como investidor por mais de duas décadas (lembre-se: ele é o cara do longo prazo!)

Veja abaixo algumas empresas presentes no portfólio do Rei dos Dividendos:

  • AES Tietê
  • Banco do Brasil
  • BB Seguridade
  • Braskem
  • CESP
  • Eletrobras
  • Eternit
  • Itaúsa
  • Klabin
  • Santander
  • Suzano
  • Ultrapar

O jeito Barsi de investir

Para entender o jeito Barsi de investir é bem simples.

De acordo com o investidor, o melhor jeito de fazer dinheiro nessa área é comprar ações de empresas em setores perenes, que pagam bons dividendos.

Além disso, outro ponto é focar essencialmente nas empresas que estão sendo negociadas com preço abaixo do valor patrimonial, como em casos de crise.

E para fechar a fórmula mágica, adicione a paciência.

Esperar é onde ocorrem muitas falhas, porque as pessoas não têm tanta paciência para esperar pelos rendimentos das suas aplicações.

Mas segundo Barsi, se você deseja seguir o método, é preciso ter muita disciplina e paciência.  

Isso porque nesse modelo, o investidor está apostando em projetos empresariais com perspectivas de sucesso, enxergando para além das ações.

De acordo com Barsi, “Qualquer um que investir em empresas com fundamentos, sem ter pressa de vender, vai ganhar dinheiro. Mas, se fizer isso com uma boa estratégia para os proventos, a pessoa fica milionária.”

Ou seja, se você deseja atuar como um pequeno acionista e faturar bastante, tenha paciência e administre a sua ansiedade.

Livros de Luiz Barsi

Para aproximar o bilionário dos investidores iniciantes da Bovespa, a Suno Research publica artigos nas redes sociais com base em conversas com Barsi.

Em um desses relatórios, Luiz Barsi recomenda para quem quer investir na Bolsa o livro do escritor brasileiro Décio Bazin, “Faça Fortuna Com Ações antes que seja tarde”.

O falecido autor trabalhava como jornalista e operador de ações, utilizando uma metodologia de investimento bem parecida com a de Luiz Barsi.

Gostou desse conteúdo sobre a história de Luiz Barsi? Acesse mais artigos sobre os homens mais ricos e bem sucedidos do mundo navegando no Capitalist!

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