Bolsa acompanha mau humor externo e tem queda

A Bolsa brasileira acompanha o mau humor externo e opera em queda. Às 11h20, o Ibovespa caia 0,81%, aos 95.795 pontos. A cautela parece ser a tônica dos mercados hoje, que seguem preocupados com o avanço de casos de Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos e também na expectativa pela proximidade da eleição presidencial no país norte-americano, no próximo dia 3.

O quadro sanitário na Europa é bastante crítico e os investidores avaliam que outros países devem adotar novas medidas de distanciamento social. Nos EUA, o número de casos subiu para 89 mil, o que contribui para a volatilidade dos negócios.

Por aqui, Brasília volta a ser foco de atenção. Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a criação de um novo imposto digital e disse que isso não significa aumento de impostos.  “Tem um futuro digital chegando. E vamos ter que criar um imposto digital. Querem aumentar imposto? Não, nós vamos diminuir e simplificar os outros. Vamos desonerar a mão de obra. Estamos indo para um futuro melhor”, disse.

Além disso, o ministro atacou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) dizendo que a entidade estaria financiando estudos para derrubá-lo. “A Febraban é uma casa de lobby, lobby bancário. Inclusive financiando estudos que não têm a ver com atividades de defesa do setor, financiando ministro gastador para ver se fura teto, para ver se derruba o outro lado”, disse Guedes.

Os investidores também continuam atentos aos resultados das empresas referentes ao terceiro trimestre do ano.  A Suzano Papel e Celulose reportou prejuízo de R$ 1,15 bilhão entre julho e setembro, ante prejuízo de R$ 3,46 bilhões verificados no mesmo período de 2019. A ação tem ganho de 5,36%.

A Lojas Americanas apresentou lucro líquido de R$ 49,9 milhões, 3,5% maior que o verificado no terceiro trimestre do ano passado.  A B2W registrou prejuízo de R$ 36,8 milhões ante prejuízo de R$ 102,5 milhões em igual período de 2019. A Totvs registrou lucro líquido de R$ 82,5 milhões, 3,8% maior que o do mesmo período de 2019. As ações dessas três empresas têm queda de 2,47%, 2,45% e 1,68%, respectivamente.

Logo cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informou que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,4% no trimestre encerrado em agosto. Esse é o maior índice da série histórica, iniciada em 2012. A população desocupada subiu de 12,7 milhões no trimestre para anterior, para 13,8 milhões. No mesmo período de 2019, foram registrados 12,6 milhões de pessoas desocupadas. A população ocupada caiu 5%, para 81,7 milhões, ante o trimestre anterior e 12,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Nos Estados Unidos, segundo o Departamento do Comércio, os gastos com consumo subiram 1,4% em setembro ante agosto, com ajustes sazonais. A renda pessoal avançou 0,9% no período. Os resultados vieram acima das expectativas do mercado.

Em Nova York, o índice Dow Jones registrava recuo de 0,74%, aos 26.462 pontos e o Nasdaq cedia 1,86%, aos 10.976 pontos.