Empresas
Brasil aprova proposta de tecnologia 5G dos EUA
Governo americano ofereceu financiamento às operadoras brasileiras como incentivo para que comprem de fornecedores ocidentais, como Nokia e Ericsson, ao invés da Huawei.
O governo brasileiro apoiou nesta terça-feira, 11, a proposta “Clean Network” dos Estados Unidos, que visa criar uma aliança digital global excluindo tecnologias que Washington acredita serem manipuladas pelo governo comunista da China.
A aprovação veio durante uma visita de Keith Krach, subsecretário de Estado de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos EUA, que orientou o Brasil a não adquirir equipamentos de redes de comunicação de quinta geração (5G) da chinesa Huawei Technologies Co Ltd, que ele classificou como “a espinha dorsal da vigilância global da China”.
A Huawei se defendeu das acusações diversas vezes, negando que é um risco de segurança, e afirmou que cumpre as leis brasileiras e que está disponível para testes e esclarecimentos que as autoridades considerarem necessários.
“O Brasil apoia os princípios contidos na proposta do Clean Network feita pelo EUA, inclusive na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)” disse um comunicado emitido em conjunto por EUA e Brasil após a reunião de Krach com autoridades do Ministério das Relações Exteriores.
A iniciativa é destinada “a promover, no contexto do 5G e outras novas tecnologias, um ambiente seguro, transparente e compatível com os valores democráticos e liberdades fundamentais”, acrescenta o texto.
Em Washington, nesta terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, informou que quase 50 países, 170 empresas de telefonia e muitas das maiores companhias do mundo já se filiaram ao acordo.
“Isto inclui 27 dos 30 aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), 31 de 37 membros da OCDE, 26 de 27 membros da UE (União Europeia) e 11 das 12 nações dos Três Mares”, disse Pompeo.
O governo dos EUA ainda ofereceu financiamento às empresas de telecomunicações brasileiras como incentivo para que comprem de fornecedores ocidentais, como Nokia e Ericsson, ao invés da Huawei.
No entanto, as quatro maiores empresas de telecomunicações do Brasil já estão testando equipamentos da Huawei antes do leilão de concessões de frequências de 5G do ano que vem, e disseram que estão relutantes em reduzir suas opções.
Segundo fontes da indústria, as operadoras não aceitaram um convite da embaixada dos EUA para se encontrarem com Krach na sexta-feira em São Paulo porque o convite “não é compatível com as escolhas de livre mercado”.
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