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Economia

Brasil tem mais de 180 moedas sociais — entenda como funcionam

O Brasil já soma 182 moedas sociais em circulação. Criadas por comunidades, elas movimentaram R$ 1 bilhão em 2024 e ajudam a fortalecer a economia local.

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Elas se parecem com o real, mas carregam o valor simbólico de algo muito maior: pertencimento. As moedas sociais, que substituem o real apenas simbolicamente, surgem em bairros, vilas e cidades que decidiram criar seus próprios meios para estimular a economia local.

Atualmente, existem 182 moedas sociais em circulação no país, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Elas não substituem o real, mas funcionam como complemento — especialmente em áreas onde o dinheiro e o acesso ao sistema financeiro ainda são limitados.

A estimativa é que, só em 2024, mais de 250 mil pessoas tenham sido impactadas por essas moedas, movimentando mais de R$ 1 bilhão em economias locais.

Moedas sociais giram perto de casa

Moedas sociais já movimentaram mais de R$ 1 bilhão em comunidades brasileiras em 2024. (Foto: sasirin pamai”s Images/Canva Pro)

A lógica é simples: manter o dinheiro dentro da própria comunidade. Com a moeda social, a padaria da esquina vende mais, o produtor rural escoa a safra, e o morador encontra uma alternativa de consumo que fortalece quem está ao seu lado. Cada transação vira um ciclo de desenvolvimento local — e, com o tempo, um elo de confiança entre quem produz e quem consome.

E não se trata apenas de dinheiro: essas moedas ajudam a criar vínculos sociais, impulsionam o comércio de pequenos produtores e dão novo sentido ao valor da troca.

Em alguns lugares, elas são físicas. Em outros, funcionam digitalmente, com o uso de aplicativos ou contas comunitárias. Tudo é pensado para ser acessível e útil no dia a dia.

Como a moeda muda uma cidade

Em Santiago, no Rio Grande do Sul, o impacto da moeda social vai além da economia. Lá, duas versões da moeda — chamadas de Pila Verde e Pila Azul — foram criadas para incentivar a reciclagem e o consumo de alimentos orgânicos. O funcionamento é direto: a cada quantidade de lixo reciclável, a pessoa ganha uma quantia que pode ser usada em feiras ou serviços da cidade.

O resultado? Menos resíduos no meio ambiente, mais comida no prato e mais dinheiro girando entre os próprios moradores.

A mudança é visível tanto no comércio quanto no comportamento das pessoas. Comerciantes relatam aumento no movimento, e consumidores passaram a frequentar as feiras com mais frequência, sentindo que, de alguma forma, estão ajudando a transformar o lugar onde vivem.

Vantagens das moedas sociais

As moedas sociais têm ganhado força porque oferecem algo que muitos ainda não encontram no sistema financeiro tradicional: acolhimento. Criadas com apoio de bancos comunitários, elas funcionam como política pública alternativa e ajudam comunidades a criar soluções para seus próprios desafios.

Mais do que uma inovação econômica, essas moedas representam um passo importante na construção de um país mais justo e solidário, onde cada comunidade tem o poder de decidir como quer crescer.

*Com informações de UOL Economia

Estudante de jornalismo, no segundo semestre. Trabalhei como redator na Velvet durante três anos.

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